A AQUARELA ANALYTICS QUER USAR A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA REDUZIR CUSTOS DE CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE GASODUTOS
A Aquarela Analytics, empresa brasileira que atua em inteligência artificial (IA) e análise de dados, desenvolveu algoritmos específicos para realizar um mapeamento, com o uso de IA, para fazer análises preventivas e preditivas visando em gasodutos e minimizar as manutenções corretivas que possuem custos exponenciais. A empresa explora os dados de um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), indicando que gás natural pode se tornar a segunda maior fonte de energia na matriz energética global no cenário NetZero 2050. O gás natural aparece empatado com as renováveis complementares (27%), superando o petróleo, carvão, energia nuclear e hidrelétrica. No entanto, diz a empresa, para o Brasil usufruir melhor desta modalidade energética, é preciso expandir os pontos de fornecimento à malha integrada de gasodutos e realizar manutenções corretivas, o que encarece exponencialmente o seu fornecimento. Outro importante dado para as análises realizadas, foi a apresentação da empresa NTS – Nova Transportadora do Sudeste – na tradicional feira de Pipeline que acontece a cada dois anos, em Calgary, no Canadá. A NTS apresentou o case “Innovations in Energy Pipelines: Fueling the Future.” Para o CEO da Aquarela Analytics, Marcos Santos, “É uma grande oportunidade junto ao setor de energia de diferentes países sobre a importância de desenvolver a maturidade digital e de dados em grandes indústrias e empresas globais.“
A expansão das malhas de distribuição de gás natural pelo Brasil encarece o valor final do produto e os gastos adicionais com reparos estão fazendo o setor investir em tecnologias mais arrojadas para prevenir e prever falhas nas tubulações dos gasodutos. De acordo com Sigmundo Preissler Jr., CPO da Aquarela Analytics, a IA diminui os custos de manutenções. “Para se ter uma ideia do valor, apenas para abrir um buraco e analisar possíveis fissuras são gastos aproximadamente R$30 mil.” O trabalho apresentado tornou-se um case de sucesso. Preissler destaca que a organização dos dados foram imprescindíveis para obter o sucesso no projeto. “O projeto resultou em menos interrupções na operação, evitando paradas não planejadas que geram custos devido à manutenção corretiva. Em alguns trechos, a precisão de previsibilidade chegou a 81%.”
Uma das principais necessidades da Nova Transportadora do Sudeste S/A, que fornece gás natural, era desenvolver o projeto de prevenção de falhas e vazamentos. Para aumentar a precisão na identificação dos locais mais suscetíveis à formação de trincas causadas por corrosão sob tensão (SCC). Essas trincas podem levar a falhas significativas, com potenciais impactos econômicos e sociais. O projeto, em parceria com a Aquarela, tinha por objetivo principal melhorar a gestão preventiva, antecipar e mitigar esses riscos, além de otimizar os custos associados às inspeções e manutenções.
Entre os resultados obtidos neste projeto, houve uma redução de custos com manutenções corretivas, que costumam ser muito mais onerosas, devido a possíveis paradas de equipamentos e sistemas. O investimento em manutenção preditiva é de menor impacto financeiro e proporcionou direcionar ativos e expandir o serviço contratado ao nível nacional. “As estimativas iniciais do projeto indicam uma economia anual de aproximadamente R$3,3 milhões, devido à realização de inspeções e manutenções nos locais corretos.“
Segundo Marcos Santos, a ciência de dados e o conhecimento do cliente criaram um modelo de aprendizado da máquina durante a realização do mapeamento, usando uma extensa fonte de dados, como, por exemplo, informações sobre solo, condições meteorológicas, curvas e topografia dos dutos, trincas até históricos de ocorrências. “Realizamos um trabalho de estruturação e validação dos dados, garantindo assim, a máxima veracidade de ponta a ponta, cruzando informações no sistema de IA que garantiram a previsibilidade com exatidão.“
Talvez tenha faltado no estudo e na análise em si dois fatos importantes e interessantes. O primeiro seria uma análise sobre a construção de dutos aparentes, comum em alguns países, como o próprio Canadá, devido ao clima. Com certeza tanto a sua construção, como manutenção, até mesmo a preventiva, seriam muito mais baratas do que os dutos enterrados. O outro fator é que o Rio de Janeiro tem uma linha de gasoduto construído há 13 anos dentro de um túnel de 3 quilômetros, o Gasduc 3, e em São Paulo, o Gastau, um túnel de cinco quilômetros, com apenas a boca de entrada e a saída por um shaft, com três linhas internas, construído há pelo menos 12 anos, sem que se soubesse que tenha sido feita alguma manutenção nesses dois gasodutos.
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