A COMPANHIA PORTUGUESA OPTIMISTIC BUSCA EMPRESA PARCEIRA NO BRASIL E PLANEJA REALIZAR INVESTIMENTOS NO PAÍS

O mercado de óleo e gás do Brasil está atraindo novas empresas estrangeiras, que estão acreditando no potencial do país. É o caso da companhia portuguesa Optimistic, que opera no setor de maquinaria necessária à produção, armazenamento e perfuração de petróleo. A empresa é especializada na produção de equipamentos rotativos (compressores, ventiladores e sopradores). Em entrevista ao Petronotícias, o CEO da Optimistic, Bruno Valverde Cota, vê muitas janelas de oportunidades para o fornecimento desses produtos no setor de óleo e gás e também em outros segmentos econômicos. Para isso, a Optimistic está em busca de um parceiro local para trabalhar em conjunto no país. “Dado o tamanho do Brasil, consideramos a possibilidade de ter mais de um agente operando em diferentes regiões”, detalhou. Quando tiver essa parceria fechada e com eventuais contratos no país, o executivo não descarta a ideia de investir em uma unidade própria no Brasil. “Vemos isso com algum interesse estratégico, pois nos permitiria expandir nossa presença para outros mercados nos quais ainda não atuamos, como o México, a América Central, a América do Norte e outros países da América do Sul”, revelou.

Gostaria de começar essa entrevista pedindo que fizesse uma breve apresentação sobre a atuação da empresa.

A Optimistic é uma empresa especializada na fabricação de equipamentos rotativos, que abrange uma ampla gama de produtos, como ventiladores e sopradores centrífugos, ventiladores axiais, compressores centrífugos, compressores recíprocos, compressores de parafuso, estações de refrigeração, estações de arrefecimento e estações de lubrificação. Todos os nossos produtos são fabricados sob demanda, destacando-nos como uma empresa que não produz equipamento standard. Em vez disso, focamos em atender às necessidades específicas e às exigências técnicas de nossos clientes, trabalhando para encontrar as soluções mais adequadas para cada caso.

Estamos no mercado por meio da Optimistic Portugal há 14 anos, embora também tenhamos experiência anterior no Oriente Médio. Nossa fábrica em Portugal ocupa aproximadamente 7 mil metros quadrados, e nossa equipe totaliza cerca de 70 colaboradores.

Como surgiu o interesse pelo mercado brasileiro?

No setor de óleo e gás, o Brasil se destaca como um dos principais players, tornando essencial considerar seriamente nossa presença nesse mercado. O Brasil oferece uma gama de projetos interessantes no setor de óleo e gás, mas nossos equipamentos também são aplicáveis em outros setores industriais no país.

No entanto, tudo isso requer uma cuidadosa gestão de oportunidades e recursos. Entrar no mercado brasileiro não é uma tarefa simples, dada a sua grandeza e competitividade. Embora tenhamos realizado algumas abordagens e contatos preliminares, estamos ainda em uma fase preliminar antes de adotar uma abordagem mais sistemática e metódica.

Nosso modelo de abordagem envolve trabalhar com agentes ou representantes locais que tenham um profundo conhecimento do mercado e vejam em nossos equipamentos uma oportunidade para oferecer um serviço superior aos seus clientes. Atualmente, estamos em busca desses parceiros.

Quais são os próximos passos da companhia para estabelecer negócios no Brasil?

O compressor centrífugo é um dos principais produtos do portfólio da empresa

Como mencionado anteriormente, estamos dedicando tempo e esforço para nos prepararmos para entrar no mercado brasileiro. Participamos de eventos internacionais, em Cingapura e Abu Dhabi, onde estabelecemos contatos com empresas brasileiras interessadas em uma colaboração conosco. Para o ano de 2024, nosso primeiro passo consiste em fortalecer esses contatos e selecionar uma ou várias dessas empresas como parceiras. Dado o tamanho do Brasil, consideramos a possibilidade de ter mais de um agente operando em diferentes regiões.

Posteriormente, em conjunto com esses potenciais parceiros, desenvolveremos um plano de ação com objetivos quantitativos definidos. Acreditamos que um plano final e viável deve ser elaborado em colaboração com agentes locais que tenham um profundo entendimento do mercado brasileiro.

Qual o perfil mais desejado em potenciais parceiros locais?

Estamos buscando empresas que tenham uma presença estabelecida no setor de óleo e gás e que possuam experiência com produtos semelhantes aos nossos. O perfil ideal de agente seria aquele capaz de fornecer suporte local em termos de assistência técnica, em colaboração com o cliente final. Isso pode incluir empresas que já atuam no mercado de equipamentos rotativos, mesmo que não ofereçam compressores em seu portfólio, mas que tenham um bom conhecimento do mercado, dos clientes e das demandas locais.

Além disso, estamos abertos a parcerias com empresas que atuem em outros setores, como óleo e gás, mineração, petroquímica e farmacêutica. Essas empresas podem enxergar uma oportunidade estratégica em expandir seu portfólio ao incluir nossos produtos, agregando valor aos serviços que oferecem aos seus clientes.

Quais são os principais produtos da empresa que poderão ser ofertados no Brasil?

O mercado de compressores de parafusos representa uma oportunidade significativa para o Brasil, mas vale ressaltar que os compressores centrífugos também têm potencial promissor. Nossa empresa possui uma vasta experiência na fabricação desses produtos. Além disso, estamos atentos às oportunidades emergentes nos projetos envolvendo compressores recíprocos, especialmente na Europa, devido ao aumento do financiamento para projetos de hidrogênio.

Como mencionado anteriormente, nossa abordagem é baseada na produção de produtos personalizados. Isso nos diferencia da concorrência, já que poucos players em todo o mundo oferecem essa flexibilidade. Estamos orgulhosos de sermos reconhecidos por fornecer produtos de qualidade superior, além de sermos ágeis na entrega. Em geral, conseguimos antecipar a média do tempo de entrega em cerca de 30 a 45 dias em relação aos nossos concorrentes.

Por fim, olhando para o longo prazo, caso a empresa consiga encontrar um parceiro e fechar negócios no Brasil, existe o interesse em realizar um investimento em uma unidade própria no país?

Partindo de um pressuposto otimista, estamos claramente disponíveis para, em conjunto com nosso parceiro local, desenvolver uma unidade produtiva. Vemos isso com algum interesse estratégico, pois nos permitiria expandir nossa presença para outros mercados nos quais ainda não atuamos, como o México, a América Central, a América do Norte e outros países da América do Sul.

Portanto, sim, consideramos a possibilidade de estabelecer uma unidade no Brasil, mas isso dependerá dos resultados de nossa abordagem ao mercado e dos negócios que conseguirmos angariar no futuro.