A EDF ENERGY DECIDE FECHAR USINA NUCLEAR NO REINO UNIDO

A EDF decidiu não reiniciar a usina nuclear Dungeness B, mas movê-la para a fase de descompactação com efeito imediato. Desde setembro de 2018, a planta está em uma paralisação prolongada, durante a qual a EDF tem gerenciado uma série de desafios técnicos únicos, significativos e contínuos que, segundo ela, não são encontrados nos outros seis reatores refrigerados a gás (AGR) avançados do Reino Unido. Embora muitos desses desafios tenham sido superados, disse a empresa francesa, uma nova análise detalhada destacou ainda mais os riscos específicos da estação em alguns componentes principais, incluindo peças dentro dos conjuntos de combustível. As decisões sobre datas de fim de geração para as usinas nucleares da EDF no Reino Unido são independentes do regulador ou governo e são tomadas pelo conselho licenciado da EDF, seguindo recomendações do Executivo da EDF Energy Nuclear Generation Limited.

A frota de sete AGRs do Reino Unido atendeu a cerca de 20% das necessidades de eletricidade do país nas últimas quatro décadas. Dungeness B, que iniciou suas operações em 1983, foi adquirida pela EDF como parte da British Energy em 2009, momento em que foi previsto o fim da geração em 2018. Isso é 10 anos a mais do que sua vida útil original. A planta ajudou o Reino Unido a evitar a emissão de quase 50 milhões de toneladas de CO2 e contribuiu com mais de US$ 1,4 bilhão para a economia local.

John Benn(foto a direita), diretor da estação em Dungeness B, disse que  “A EDF teve que tomar uma decisão difícil, mas que foi a certa. Isso dá às nossas equipes, à nossa comunidade e aos nossos negócios uma compreensão clara do futuro. As operações de descomissionamento levarão vários anos e fornecerão oportunidades contínuas.”

Tom Greatrex(foto a esquerda), presidente-executivo da Nuclear Industry Association (NIA) disse que  “Dungeness B foi a primeira de uma frota nuclear que economizou mais de 1,2 bilhão de toneladas de emissões de carbono, o equivalente a todas as emissões do Reino Unido de 2018 até 2020, e muito mais do que qualquer outra fonte de eletricidade. Apesar de suas dificuldades, a usina foi um dos 10 ativos de baixo carbono mais produtivos da história do Reino Unido. Em menos de três anos, mais da metade de nossa frota nuclear terá acabado. Se essa base de energia firme não for substituída, teremos que depender do gás para estabilizar a rede. Essa dependência de combustível fóssil causará maiores emissões e preços mais altos e empurrará nossos objetivos climáticos ainda mais longe do nosso alcance. Em vez disso, podemos escolher investir em energia nuclear junto com energias renováveis para garantir uma recuperação verde e um futuro líquido zero para o Reino Unido. “