EXTENSÃO DE VIDA DA USINA NUCLEAR ATUCHA I PODE FICAR COMPROMETIDA PELA GRAVE CRISE ECONÔMICA DA ARGENTINA
A Nucleoeléctrica Argentina entregou o estudo de impacto ambiental do projeto de extensão de Atucha I, que visa acrescentar mais 20 anos à vida operacional da unidade. O estudo foi preparado pelo Instituto Nacional de Água (INA) no âmbito de um acordo com a Nucleoelécrica Argentina, com o apoio do Centro de Desenvolvimento e Assistência Tecnológica (CEDYAT). José Luis Antúnez, presidente da Nucleoeléctica Argentina, destacou o “compromisso da província de Buenos Aires com o plano nuclear argentino”. Até aí, tudo bem, mas a empresa vai tropeçar na hora de receber dinheiro do governo para fazer as obras. Salvo se houver investimentos estrangeiros, essa extensão não vai acontecer brevemente. A situação econômica do país é de vaca não reconhecer seu bezerro.
A Atucha 1 entrou em serviço em 1974 e sua licença operacional atual expira no final de 2024. Foi projetada e construída pela KWU, que era uma joint venture da Siemens e AEG da Alemanha. Com o tempo, a KWU passou a ser propriedade integral da Siemens, antes de ser vendida ao negócio de reatores da francesa Areva, que agora é propriedade da EDF e comercializada como Framatome. No entanto, a Argentina tem agora uma cadeia de abastecimento própria experiente para reatores de água pesada pressurizada, tendo concluído e colocado em funcionamento o reator semelhante Atucha 2 em 2016.
Tornou-se cada vez mais comum que reatores pressurizados de água pesada como o Atucha 1 sejam submetidos a reformas, o que normalmente envolve a substituição de tubos de pressão e canais de combustível, para permitir mais duas décadas de operação. O projeto do plano de extensão de vida fará com que a unidade passe por uma paralisação de atualização de 30 meses, de 2024 a 2026, com a Nucleoeléctrica Argentina afirmando que seriam criados 2.000 empregos à medida que modernizasse “todos os processos e sistemas da planta”. A Argentina Nucleoeléctica colocou o custo do programa de reforma em US$ 463 milhões. Ele realizou rodadas de captação de recursos este ano para cobrir o custo do projeto de extensão da vida e a construção de uma instalação de armazenamento seco para combustível usado, mas isso não é garantia de sequência da obra. Há falta de dólares no país.
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