A FS CONTRATA A SLB PARA VALIDAR SEU PROJETO DE CAPTURA DE CARBONO QUE TEM INÍCIO MARCADO PARA O ANO QUE VEM | Petronotícias




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A FS CONTRATA A SLB PARA VALIDAR SEU PROJETO DE CAPTURA DE CARBONO QUE TEM INÍCIO MARCADO PARA O ANO QUE VEM

DANIELA FS, uma das maiores produtoras de etanol e nutrição animal do Brasil, acaba de concluir estudos técnicos que comprovam condições geológicas adequadas para injetar no subsolo o dióxido de carbono (CO2) emitido na fase de fermentação da produção do biocombustível. Com isso, a empresa pode se tornar a primeira produtora de etanol com pegada negativa em carbono do mundo e a primeira a desenvolver a tecnologia BECCS (sigla em inglês para produção de bioenergia com captura e armazenamento de carbono) na produção de etanol, fora dos Estados Unidos. A empresa se prepara para o início dos trabalhos de construção do site de injeção, previsto para o ano de 2025.

A SLB foi parceira no projeto desde o seu início e realizou a interpretação dos dados sísmicos, bem como a perfuração do poço para o mapeamento dos dados geológicos. A FS já investiu R$ 100 milhões para o desenvolvimento do estudo e pretende aportar mais R$ 350 milhões para construir a planta de captura de carbono, o que depende do estabelecimento definitivo de regulação da atividade de armazenamento geológico de CO2, em tramitação no Congresso Nacional. A adoção da tecnologia vai evitar o lançamento na atmosfera de aproximadamente 423 mil toneladas de CO2 por ano pela operação da indústria em Lucas do Rio Verde (MT). Posteriormente, a solução poderá ser implantada em quase todas as unidades industriais da companhia, atingindo um potencial de remoção de CO2 da atmosfera de maisSL de 1,8 milhão de toneladas de carbono por ano.

Segundo o vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS, Daniel Lopes, “Esse é um passo crucial para atingirmos a visão da FS, que é de ser o maior produtor de combustível carbono negativo do mundo. Agora dedicaremos esforços na monetização deste projeto através da venda de créditos de carbono, bem como aguardaremos a aprovação do marco legal pelo Senado.”

De acordo com Augusto Carvalho, diretor de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina da SLB, a tecnologia de captura e armazenamento de carbono é uma das mais eficazes para se atingir as metas de redução dos gases do efeito estufa no mundo, podendo chegar a 20% de redução nas emissões globais.  “A tecnologia de CCS é considerada como uma das alternativas mais efetivas para remoção de grandes volumes de CO2 da atmosfera. Consideramos o projeto da FS como um marco da descarbonização da indústria de combustíveis brasileira, sendo de grande interesse para o país e para a AUGUSTOhumanidade”, explicou. Segundo Augusto, o trabalho realizado pela SLB envolveu, na primeira fase, o estudo geológico e sísmico do local, que indicou que todas as condições são favoráveis para o desenvolvimento do projeto.

A segunda etapa foi a perfuração de um poço de 2 mil metros de profundidade, que identificou uma camada de rocha selante com características compatíveis para a manutenção do gás no subsolo, além de uma camada inferior de rocha porosa com características adequadas para armazenar o gás carbono de forma líquida, além de outras características geológicas. “A tecnologia de BECCS, nova no Brasil, tem sido alvo de grande interesse, verificando-se o surgimento de propostas de desenvolvimento de projetos em diferentes partes do mundo. O Brasil, segundo produtor mundial de etanol, conta com indústria robusta e tecnologicamente avançada, cuja produção com menor pegada de carbono, eficiência de cultivo e uso da terra e grande disponibilidade de biomassa, ocupa posição de grande vantagem competitiva para estabelecimento de projetos desta natureza, com contribuição significativa para os objetivos de redução dos efeitos da mudança climática,” afirmou.

O projeto poderá capacitar outros geradores, que poderão utilizar a capacidade de armazenamento do CCS e se credenciar no mercado de carbono. Com a atividade de produção de etanol, a FS produz 900 mil toneladas de CO2 que são possíveis para injeção de carbono e que deixariam de circular na atmosfera. A CCS engloba três etapas: captura, transporte e armazenamento do carbono. A captura do gás é feita por um sistema de combustão e absorvido por um solvente, antes de remover e comprimir os elementos poluentes (captura pós-combustão). O CO2 comprimido é transportado por meio de dutos, da mesma forma que o gás natural. Depois de transportado, o gás carbônico é armazenado cuidadosamente em formações geológicas selecionadas, que ficam localizadas a centenas de metros abaixo da superfície da terra. Por serem encontradas em locais profundos, essas formações geológicas armazenam o dióxido de carbono bem longe da atmosfera, diminuindo os impactos de suas emissões.

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