A GNR FORTALEZA PASSA FAZER UM TESTE PIONEIRO MISTURANDO BIOMETANO AO GÁS NATURAL DISTRIBUÍDO PELA CEGÁS NO CEARÁ
A GNR Fortaleza, usina de biometano fruto de parceria entre as empresas Marquise Ambiental e MDC, começou a fazer testes na mistura de biometano com gás natural na rede de distribuição da Cegás, no Ceará. Com prazo de seis meses, o projeto piloto tem autorização especial da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e os resultados poderão ser usados como base para atualizações da regulamentação do setor. A aprovação da ANP para esse tipo de operação é inédita no país. Com isso, o estado do Ceará passou a receber em sua rede canalizada uma mistura controlada de gás natural e biometano, uma configuração pioneira que reforça a posição da rede do Ceará entre as mais renováveis do mundo.
Inaugurada em 2017, a GNR Fortaleza capta e trata o biogás produzido no aterro sanitário que recebe resíduos sólidos gerados na região metropolitana de Fortaleza. A usina purifica o biogás para a produção do biometano e transforma um passivo ambiental em um ativo energético de alto valor agregado e pegada reduzida de carbono. O gás natural de origem fóssil e o biometano são combustíveis intercambiáveis, por terem características químicas idênticas, e, em função disso, podem ser injetados e distribuídos em uma mesma rede.
A diferença entre eles é que o segundo é oriundo de uma fonte renovável e o seu uso tem o potencial de reduzir as emissões de carbono em relação ao seu equivalente fóssil. A GNR Fortaleza injeta biometano diretamente na rede da Cegás desde 2018, em uma operação pioneira no país. Atualmente, o biocombustível responde por até 20% do gás distribuído pela Cegás. O contrato entre a GNR Fortaleza e a Cegás prevê o fornecimento de até 100 mil metros cúbicos de biometano por dia.
O presidente da Cegás, Miguel Nery (foto principal), afirmou que a experiência com a GNR Fortaleza é uma grande demonstração da capacidade de inovação da Companhia. “Temos muito orgulho de termos sido pioneiros em injetar biometano na rede de gasodutos que distribui gás canalizado para nossos clientes industriais, comerciais, residenciais e automotivos. Agora, estamos felizes em darmos mais um passo inovador com essa nova modalidade de operação, que vai permitir a regulamentação do uso de biometano em escala nacional.”
Até o início do teste, a Cegás fornecia gás para os seus clientes finais em três composições diferentes: uma parte da rede recebia gás natural puro, uma parte recebia biometano puro e uma última fração recebia uma mistura dos dois combustíveis. Agora, com as mudanças promovidas pelo teste, todo o biometano e o gás natural são previamente misturados e monitorados antes de entrarem na rede de distribuição.A Cegás e a GNR Fortaleza investiram em uma estação que mistura os combustíveis. . O sistema é automatizado, controla a qualidade do produto e o injeta diretamente na rede de distribuição, , garantindo as especificações técnicas de poder calorífico mínimo exigidas pela ANP. A ANP fará um acompanhamento periódico dos resultados do teste que, se for bem-sucedido, poderá dar subsídio a atualizações da regulamentação da mistura do biometano com gás natural nas redes do país.
O teste proporciona também um maior aproveitamento do biogás do aterro sanitário. A ANP autorizou que a composição do biometano tivesse quatro parâmetros específicos alterados antes de ser misturado ao gás natural. A mistura final desse ensaio deve obrigatoriamente atender todo o regulamento de qualidade atualmente estabelecido pela agência reguladora. A medida resulta, portanto, na redução das perdas de biogás captado, levando ao aumento da produção de biometano da usina. A expectativa é a de que, com o novo sistema, a GNR Fortaleza eleve a injeção de biometano na rede do Ceará. Para Thales Motta (foto à direita), diretor da Ecometano, empresa subsidiária da MDC que é sócia da GNR Fortaleza, o pioneirismo das Companhias envolvidas na operação deve ser reconhecido: “são soluções que contribuem para o avanço da regulação e o crescimento do setor. O mercado está atento aos resultados pelo seu potencial de ampliar o consumo de biometano nas redes do país, contribuindo para a redução das emissões de carbono e a transição energética.”
Já a superintendente de Biogás e Energia da Marquise Ambiental, Suzana Marinho (foto à esquerda), celebrou os ganhos para a sociedade na ampliação do uso do biometano. “A Marquise Ambiental, que já é pioneira em várias frentes de gestão de resíduos sólidos no país, reforça o seu posicionamento na busca por soluções de grandes impactos na sociedade e no meio ambiente. A GNR Fortaleza foi pioneira e ainda é a única a injetar biometano na rede da distribuidora de gás. Comemoramos muito este novo projeto, que não só permite um aproveitamento melhor do biogás, como também disponibiliza para a sociedade uma fonte com uma menor emissão de gases de efeito estufa.”
O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia (foto à direita), comemorou o estudo e o seu potencial de contribuir com os esforços por uma economia de baixa emissão de carbono. “O mundo caminha na direção da descarbonização. Um grande desafio, por um lado, e uma oportunidade, por outro. A ANP, como órgão regulador, vem atuando para assegurar que a participação do biometano se consolide e ganhe espaço na matriz energética nacional. A GNR Fortaleza já injeta biometano na rede de distribuição de gás natural e, recentemente, foi autorizada a realizar projeto piloto que fornecerá novos dados, fundamentais para o aprimoramento da regulação. Acredito que estamos no caminho certo.”
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