A ITÁLIA CRIA COMITÊ PARA MELHORAR TRANSPORTE DE MATERIAL RADIOATIVO
A Itália criou um comitê nacional com o objetivo de superar os problemas críticos relacionados à recusa de transporte ou aceitação de uma remessa de material radioativo (negação de remessa), mesmo que em conformidade com todos os requisitos regulatórios, incluindo a documentação. A recusa de embarque (DoS) pode levar a rotas de transporte mais longas e complexas, além de uma falta de flexibilidade na seleção dessas rotas. Há também indícios de que as rotas mais longas e complexas podem comprometer a segurança. No caso de isótopos médicos, a recusa de embarque pode causar atrasos na prestação de cuidados médicos e na execução de diagnósticos. Apesar de um sólido quadro regulatório, a comunidade internacional observou que, nas últimas décadas, houve frequentes interrupções no fornecimento de material radioativo para fins pacíficos. Um comunicado da Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIE), disse que “convidava os Estados-Membros a facilitarem o transporte de material radioativo e a identificarem, caso ainda não o tenham feito, um ponto focal nacional (PFN) para as recusas de envio de materiais radioativos, a fim de alcançar uma resolução satisfatória e oportuna para esta questão”.
A Itália nomeou Alessandro Orsini, da Inspetoria Nacional de Segurança Nuclear e Proteção Radiológica (ISIN), como seu Ponto Focal Nacional. O país tomou a iniciativa histórica de estabelecer o Comitê Nacional para a Facilitação do Transporte Seguro de Material Radioativo (FATRAM). Além da Inspetoria, o Comitê FATRAM contará com a contribuição de representantes de administrações públicas, associações comerciais e empresas privadas que atuam na Itália nos procedimentos de transporte de material radioativo. “Esta é uma iniciativa histórica para facilitar o transporte seguro de material radioativo e espera-se que muitos outros Estados-membros sigam esse exemplo”, disse Allarakha Vora, Diretora de Equipe do Grupo de Trabalho de Transporte da Associação Nuclear Mundial, que liderou esforços para medir e aumentar a conscientização sobre os desafios relacionados à recusa de embarques de material radioativo. Segundo a Associação Nuclear Mundial, a maioria dos relatos de DoS refere-se a materiais não físseis, sejam eles pacotes do Tipo B (principalmente cobalto-60) ou concentrados de tântalo-nióbio. No caso dos concentrados de urânio, o principal problema é o número limitado de portos que os movimentam e o número relativamente pequeno de navios que os aceitam.
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