A ONU PEDE CAUTELA NO USO DO FRATURAMENTO HIDRÁULICO PARA EXTRAIR GÁS DE XISTO
O fraturamento hidráulico para extração de gás natural de xisto, também conhecido como “fracking”, deve ser usado com cautela, segundo um novo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Segundo a entidade, o principal componente do gás de xisto, o metano, tem um potencial de aquecimento global 28 vezes maior do que o dióxido de carbono encontrado em outros combustíveis fósseis. Um novo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) descreve o gás natural como um “combustível-ponte” útil para os Estados que pretendem avançar para fontes de energia renováveis mais sustentáveis. Uma das vantagens é que o xisto emite cerca de 40% menos dióxido de carbono por unidade de energia produzida do que o carvão. Também pode ser armazenado e utilizado quando necessário de forma mais eficiente do que a energia gerada através de fontes renováveis, como o vento.
O gás natural também possui desvantagens. Seu principal componente, o metano, tem um potencial de aquecimento global 28 vezes maior do que o dióxido de carbono encontrado em outros combustíveis fósseis. O relatório afirma que o gás deve contribuir para promover uma transição suave entre o atual modelo econômico, baseado em combustíveis fósseis, para uma economia de baixo carbono, com o objetivo de atender o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7, em 2030, que prevê o acesso à energia sustentável e moderna para todos. Segundo a pesquisa, há pouco conhecimento geológico e hidrológico e a falta de uma regulamentação adequada podem representar grandes obstáculos à fraturação hidráulica como método de extração do gás de xisto.
Janvier Nkurunziza, chefe da Seção de Pesquisa e Análise de Commodities da UNCTAD, disse que o relatório “não estava dizendo se o fracking é bom ou ruim. Se é realmente bom ou ruim, isso depende de vários fatores que analisamos neste relatório. Por exemplo: geologia, fontes de água; se você está aumentando seu estresse hídrico usando muita água, infraestrutura e assim por diante. Estamos dizendo apenas olhe as condições e a região onde você quer explorar este recurso, e então você será capaz de determinar se pode fazer isso ou não”. Citando dados da Administração de Informação sobre Energia dos Estados Unidos, o relatório da UNCTAD indica que o mundo ainda tem cerca de 60 anos restantes de gás de xisto antes que o recurso esgote. Cerca de metade dos 215 trilhões de metros cúbicos que esse total representa está em Argélia, Argentina, Canadá, China e Estados Unidos – embora os EUA sejam o maior produtor mundial de gás de xisto, com 87% da produção total. Graças a essa força financeira, os Estados Unidos se tornaram um exportador líquido de gás natural em julho do ano passado, enquanto o enorme comprometimento do país com as instalações de liquefação também o colocou na posição de terceiro maior estoque de energia do mundo, depois de Austrália e Qatar, entre agora e 2020.
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