A PETROBRÁS VAI ABRIR HOJE O ENVELOPE DA SUBSEA 7 ÚNICA CONCORRENTE PARA FORNECIMENTO DE FLEXÍVEIS PARA BÚZIOS

O mercado do petróleo está atento para a abertura hoje (4), às 17 horas, do envelope da licitação que envolve a compra de quilômetros de tubos para as operações de Búzios 10. Seria mais um negócio, mais uma compra da Petrobrás que passaria desapercebida, vestida de mais investimentos da companhia para aumentar a produção de petróleo no Brasil. Mas uma informação revelada ontem (3) pelo Petronotícias fez o mercado sacudir e trazer para a memória ainda machucada pelos escândalos da Lava Jato. As informações que vieram à público fizeram parecer o que seria o espírito da Lava Jato reencarnando novamente. E pelas circunstâncias, ele não renasceria como um simples bebê, mas já como um adulto, com barba e tudo. E pior, alimentado pelas benesses recebidas do Supremo Tribunal Federal, que conseguiu um jeito de transformar os processos dos principais acusados em fumaça. E na frente de todo mundo.

As circunstâncias que o Petronotícias trouxe indicam um esquema que parece um direcionamento. A apresentação de apenas uma proposta com o preço em torno de US$ 1,950 bilhão, já estaria mais de US$ 700 milhões que a Petrobrás estaria cotando. Mas, vai aparecer mesmo só esta proposta da Subsea 7. Ontem, já havia informações que corriam no mercado que a companhia estava correndo para conseguir às pressas outros concorrentes para, vamos dizer, maquiar a licitação, para que não aparecesse apenas uma proposta, desmerecendo a credibilidade das informações publicadas aqui.

Campo de Búzios

O dia tenso de ontem dentro da companhia, falava-se que a All Seas tinha sido contatada para que pudesse apresentar uma proposta. Mas a empresa não teria navios disponíveis para o lançamento. A Technip também teria sido consultada com o mesmo objetivo. Se realmente aparecer essas duas propostas, a empresa realmente estará em xeque. E se for pública a abertura do envelope, houver distinção e querer da direção da companhia, os valores antecipados aqui poderão se confirmar e aí será o xeque mate na gerência de suprimentos, comandada por Marina Quinderê (foto principal).  Também será preciso apurar todo processo, que não temos informação exata. Mas a Engenharia e EP da companhia, podem ter pedido o projeto assim. e então teria cabido a Quinderê, apenas cumprir. Mas um suprimento que limita a concorrência nas compras, volta três casas. Há muito detalhes dentro de todo processo dentro da companhia. Em algum ponto está falhando, isso parece certo.

Mesmo que continuem a passar pano em Quinderê, sabe-se que ela não pode estar sozinha nesta empreitada. O Petronotícias sempre falou sobre a blindagem intransponível da gerência de licitação da empresa. De tal ordem, que quando Magda Chambriard assumiu, destacamos este detalhe como um calcanhar de Aquiles de todas as presidências. Desde Castelo Branco até Chambriard. O atraso nas operações de alguns campos de petróleo se deve, em parte, a atrasos de flexíveis comprados no exterior. Esta licitação é conjunta. Ou seja, quem produzir este tubos precisa lançar. Isso já elimina grande parte da concorrência. Por isso, a divisão das licitações entre Technip e Subsea 7. Ganhando as concorrências – a segunda está marcada para o dia 30, dificilmente outra empresa teria barco para fazer o lançamento das linhas. “Tecnicamente”, tudo certo. Mas uma voz interna pediu e acordou com Quinderê que os valores seriam em reais e não em dólar para forçar as empresas vencedoras a fazer as linhas aqui. A ideia é fazer a Technip, por exemplo, reativar sua fábrica no Espírito Santo e não mandar para uma das sete fábricas que possui na França ou Malásia etc. A boa ideia foi do também gerente Wagner Victer. Mas, quando apresentou a papelada com os números para a diretoria, foi em dólares. Alguém nega isso na Petrobrás. Por seu relacionamento interno, Quinderê tem mãos alisando sua cabeça mas, nestes casos, é melhor deixar o Trem Sair. Quem viver verá.

A Subsea 7, enviou um comunicado para o Petronotícias, que vamos reproduzir agora, na íntegra:

“A Subsea7 reafirma seu compromisso com processos de compras transparentes e justos no mercado brasileiro, seguindo rigorosamente todos os parâmetros de isonomia de fornecedores, compliance e índice de conteúdo local.

Em relação a citação do próximo bid de Búzios, publicado na matéria, não confirmamos os valores mencionados e desconhecemos a origem dessas informações, pois o processo concorrencial ainda está em andamento e envolve outras empresas. Esclarecemos, também, que o tipo dos dutos em licitação é de tubos rígidos, e não flexíveis, como informado na matéria, com cadeia de suprimentos absolutamente distinta da dos dutos flexíveis.

Destacamos que no segmento de mercado de infraestrutura submarina de escoamento em águas profundas, conhecido como “SURF”, apenas empresas brasileiras de capital multinacional atuam, pois as companhias no País que fornecem serviços e tecnologia para o mercado subsea não concorrem para este tipo de fornecimento.

Sobre as afirmações acerca das Estacas de Sucção para os projetos da Subsea7 no Brasil, elas foram adquiridas por meio de um processo concorrencial transparente, considerando aspectos técnicos, comerciais, cronograma e histórico de desempenho das proponentes. Embora as estruturas ainda não tenham sido compradas no Brasil pela empresa, os índices de conteúdo local dos contratos foram devidamente atendidos e excedidos por meio de outras contratações no mercado nacional. Avaliamos continuamente fornecedores nacionais para futuras encomendas de estacas e outros sistemas.

A integridade é um dos nossos valores fundamentais. A Subsea7 está comprometida em agir de forma honesta, justa, cumprindo a lei e conduzindo os negócios de maneira ética, conforme nosso Código de Conduta Global. Acreditamos que, agindo assim, ganhamos a confiança de nossos clientes, colaboradores, parceiros de negócios, fornecedores e outras partes interessadas. Repudiamos ilações sobre quaisquer práticas anticoncorrenciais na execução de nossos negócios.

 Com uma presença local estabelecida em muitos países e trabalhando com mais de 8.000 fornecedores globais, nossa cadeia de suprimentos é parte essencial da nossa estratégia para ser uma empresa forte, segura, social e ambientalmente responsável.”