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A ROSATOM TEM DADO GRANDE CONTRIBUIÇÃO AO SETOR NUCLEAR BRASILEIRO COM PERSPECTIVAS DE SER AINDA MAIOR EM 2025

DYBOV-RosatomO Projeto Perspectivas 2025 termina hoje (21) trazendo uma entrevista especial com o Presidente da Rosatom  para América Latina, Ivan Dybov, que encerra esta edição com chave de ouro. Em meio à corrida global por redução de emissões, vários países estão retomando ou acelerando seus respectivos programas nucleares, anunciando planos para construção de usinas movidas pela fonte atômica. Há investimentos superior a US$ 300 bilhões nos últimos cinco anos. Dybov, em apenas dez anos no Brasil, mostra otimismo com o futuro do setor nuclear do país, enxergando oportunidades em diferentes nichos de mercado, tais como conversão, geração de energia em locais remotos e medicina nuclear. A Rosatom foi declarada vencedora na licitação realizada pela empresa INB para a prestação de serviços de enriquecimento e conversão de urânio proveniente do Brasil. A assinatura do contrato está prevista para o início deste ano.

A Rosatom ultrapassou todas as outras no mundo no desenvolvimento de tecnologias nucleares com a Geração IV. Para saber, de acordo com a classificação adotadaREATOR pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), os sistemas de energia nuclear da Geração IV incluem a aplicação de tecnologias direcionadas ao uso mais eficiente do combustível, maior segurança, redução dos resíduos radioativos e minimização do combustível nuclear irradiado. Essas tecnologias são capazes de mudar radicalmente o setor de energia nuclear estabelecendo um novo nível de segurança, a expansão da nomenclatura de combustível e uma redução significativa dos resíduos radioativos. A Rússia é líder mundial no desenvolvimento de tecnologias nucleares desta geração.

– Como foi o ano de 2024 para sua empresa e seu setor?

 – O ano de 2024 foi muito importante para a Rosatom e para todo o setor nuclear. Nossa corporação ultrapassou todas as outras no mundo no desenvolvimento de tecnologias nucleares da Geração IV. Em dezembro, colocamos em operação piloto, na região da Sibéria, na Rússia, o módulo de fabricação e reprocessamento de combustível no reator BREST-OD-300, a primeira instalação de um complexo de energia nuclear exclusivo de nova geração.

NAVIOIAlém disso, em 2024, a Rosatom assinou o primeiro contrato de exportação do mundo para a construção de uma usina nuclear de pequena capacidade (SCNPP). A usina, com capacidade de 330 MW em seis reatores de 55 MW, será construída no Uzbequistão. O início da operação da primeira unidade está previsto para o final de 2029. O ano também foi marcado pelo 65º aniversário da frota de quebra-gelos nucleares da Rússia. Os novos quebra-gelos garantem a navegação durante todo o ano ao longo da Rota do Mar do Norte, que está se tornando a principal artéria de transporte marítimo da Eurásia.

A Rosatom também está ativamente envolvida na construção de 22 unidades de energia nuclear em sete países. O portfólio total de pedidos inclui 39 unidades de energia (incluindo seis unidades de pequena capacidade) em dez países. Dessa forma, a Rosatom continua sendo líder em exportações de NPPs no mercado global de energia nuclear. Damos atenção especial ao desenvolvimento de projetos na América Latina.

O projeto chave neste momento é a construção do Centro de Pesquisas Nucleares na Bolívia, que entrou em sua fase final. A Usina deBOLIVIA Concentrados Químicos de Novosibirsk (uma empresa da Divisão de Combustível da Rosatom) já roduziu o combustível nuclear para o reator do centro boliviano. Além disso, em 11 de setembro de 2024, foi assinado um contrato entre a Uranium One Group (parte da Rosatom) e a empresa estatal boliviana YLB (Yacimientos de Litio Bolivianos) para a construção de um complexo de extração e produção de carbonato de lítio no salar de Uyuni, no departamento de Potosí.

Pode-se dizer que estamos participando da criação de um novo setor naquele país, gerando empregos altamente qualificados. Também efetuamos com sucesso as entregas de produtos isotópicos para suprir as ROSnecessidades do setor de medicina nuclear brasileiro, com uma participação significativa no mercado, cumprindo integralmente nossas obrigações de fornecimento de isótopos industriais para a Eletronuclear. Por fim, segue em andamento o cumprimento das obrigações contratuais para o fornecimento de produtos e serviços do ciclo do combustível nuclear ao Brasil. A Rosatom foi declarada vencedora na licitação realizada pela empresa INB para a prestação de serviços de enriquecimento e conversão de urânio proveniente do Brasil. A assinatura do contrato está prevista para o início deste ano.

Se fosse consultado, que sugestões daria (ao governo ou ao próprio setor) para melhorar o ambiente de negócios em seu setor?

 – O mercado de energia nuclear tem estreita ligação com outros setores da economia e é inevitavelmente influenciado por fatores e conjunturas111111111111 externas. Nessas condições, os participantes do mercado precisam se adaptar às novas realidades em tempo hábil. Uma das principais tendências na energia nuclear global é a transição para contratos de longo prazo, com duração de 10 a 15 anos ou até mesmo cobrindo todo o ciclo de vida de uma usina nuclear. Esses contratos preveem o fornecimento integrado de produtos do ciclo do combustível nuclear, em vez de aquisições separadas de componentes.

 A principal vantagem dessa abordagem é a possibilidade de todos os participantes do mercado – tanto produtores quanto compradores – planejarem suas atividades com décadas de antecedência. Esse modelo ajuda a minimizar riscos financeiros, produtivos e logísticos, garantindo um equilíbrio otimizado de interesses. Os produtores conseguem planejar investimentos de forma antecipada e gerenciar capacidades de produção com maior flexibilidade, enquanto os compradores têm a garantia de fornecimentos estáveis e confiáveis.

2222222222222222Além disso, contratos de longo prazo permitem previsibilidade de preços, o que se torna especialmente relevante diante do aumento sem precedentes nos custos dos recursos energéticos no mercado global. Os mercados internacionais de energia nuclear, incluindo a América Latina, podem se beneficiar significativamente da adoção de contratos de longo prazo. Essa prática promove o desenvolvimento sustentável do setor e cria um ambiente de negócios mais estável e previsível. Em países da região, inclusive no Brasil, já existem contratos de longo prazo, mas limitados a cinco anos, o que dificulta o planejamento estratégico e o desenvolvimento sustentável. As barreiras burocráticas, como a demora na tomada de decisão e procedimentos de aquisição inflexíveis, aumentam a complexidade.

Essas limitações levam a atrasos nas entregas, aumento de custos e, consequentemente, à redução da competitividade do setor, em um momentoEQUIIIIPP em que muitos países estão ativamente buscando maneiras de desenvolver a indústria, enquanto a Rússia mantém sua posição de liderança.  Se o Brasil não conseguir superar esses obstáculos, o aumento dos custos no setor de energia pode se tornar crítico e comprometer o progresso futuro da indústria.

–  Na sua opinião, como os recentes acontecimentos no cenário político e internacional nos EUA, na Europa e no Oriente Médio podem afetar os negócios no Brasil?

 – A Rosatom parte do princípio de que a energia nuclear deve estar fora da conjuntura política. Trabalhamos de forma transparente e no interesse de clientes e parceiros em todo o mundo, cumprindo rigorosamente a legislação internacional e nacional. A politização do uso pacífico da energia nuclear é inaceitável, especialmente quando se considera o longo ciclo de vida dos projetos nucleares, que pode chegar a quase um século. A parceria responsável e eficaz no setor nuclear não é apenas uma garantia de reputação comercial, mas também um elemento essencial para garantir a segurança nuclear global.

– Por último, quais são as perspectivas de sua empresa para 2025?

navio – O ano de 2025 será marcante para o setor nuclear russo, que celebrará seu 80º aniversário. É uma data importante não apenas para o país, mas também para o setor de energia nuclear global, onde a Rússia ocupa uma posição-chave. O ano também será especial porque celebraremos o 10º aniversário da fundação do Centro Regional da Rosatom, com sede no Rio de Janeiro.

No Brasil, esperamos que sejam tomadas decisões fundamentais que determinarão o desenvolvimento futuro da geração nuclear, em especial a conclusão da construção da usina nuclear Angra-3. Esse projeto é um avanço importante para garantir o aumento da participação da energia nuclear na matriz energética do país e dará impulso ao desenvolvimento do setor. No campo da medicina nuclear, trabalhamos ativamente para expandir a cooperação, introduzindo novos isótopos para o tratamento do câncer. Está em andamento o trabalho de entregas de teste do isótopo Lu-177 para uso na produção de radiofármacos.

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