A SHELL ANUNCIA A VOLTA AO IRÃ DEPOIS DA SUSPENSÃO PARCIAL DAS SANÇÕES DO OCIDENTE

A  Shell anunciou nesta segunda-feira(10)  que assinou um memorando de entendimento preliminar com a National Petrochemical Company, do Irã (NPC). O movimento é o primeiro passo de volta da empresa anglo-holandesa à república islâmica depois que foi obrigada a sair por causa das sanções ocidentais, em função  da busca dos iranianos pelo desenvolvimento do seu setor nuclear.  Atualmente o Irã extrai 2,8 milhões de barris por dia, em comparação a 4,5 milhões uma década atrás e o pico de 6 milhões, em 1974. Seus grandes campos, entre eles Gachsaran e Marun, estão em produção há mais de cinquenta anos e precisam  de reabilitação.  Ainda por cima, o Irã não desenvolveu grande parte das suas reservas de gás. Isto permitiu que países como a Argélia, a Austrália e o vizinho Catar, com quem o Irã compartilha um campo, tomassem participação no mercado. Sem a tecnologia ocidental, é improvável, acreditam os técnicos da Agência Internacional do Petróleo, que o Irã consiga construir as usinas de gás natural liquefeito (GNL) que passam o gás superfrio para uma forma líquida para transporte marítimo.

 O vice-presidente da Shell, Hans Nijkamp, ??disse durante a cerimônia de assinatura do acordo que a Shell estava buscando  “uma presença de longo prazo no Irã”, e que a empresa teria primeiramente que examinar a possibilidade de estruturas comerciais para usar   soluções técnicas correspondentes para eventualmente chegar a uma joint venture com os iranianos.

O diretor da NPC, Marzieh Shadaei, disse que sua empresa planeja aumentar a produção petroquímica para 160 milhões de toneladas até 2025. As empresas estrangeiras correm para lucrar com acordo do ano passado em que as potências mundiais viram com bons olhos  a suspensão, mesmo que parcial,  das sanções contra o Irã em troca de restrições ao programa nuclear do país islâmico. As restantes sanções dos Estados Unidos ainda fazem  com que os credores internacionais  tenham o receio de fazer negócios com o Irã, o que torna difícil para as empresas financiar grandes negócios. Por isso, o acordo desta segunda-feira, pode destravar muios outros investimentos no país islâmico.