A USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU VAI CRIAR UMA USINA SOLAR FLUTUANTE EM LAGO FORMADO DO LADO PARAGUAIO
A Itaipu Binacional vai instalar uma usina solar flutuante no reservatório da usina hidrelétrica, em caráter experimental, com capacidade de 1 MWp (Megawatt-pico). O edital para contratação do serviço, com valor estimado de U$ 1 milhão, prevê o fornecimento dos equipamentos, instalação, comissionamento e assistência técnica. Poderão participar da licitação consórcios binacionais, formados por empresas brasileiras e paraguaias. Os painéis serão posicionados no lado paraguaio do reservatório e a energia gerada vai atender parcialmente o consumo interno da própria usina. Segundo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri. Entre as vantagens do projeto, estão o desenvolvimento tecnológico de soluções sustentáveis na área de energia, a criação de novos negócios e a otimização do uso do reservatório. “São benefícios ambientais, sociais e econômicos, e estão dentro do atual contexto de transição energética. A solução encontrada aqui na Itaipu poderá servir de espelho para a instalação de projetos semelhantes em outros reservatórios brasileiros”, afirmou, Verri, lembrando que o Brasil detém hoje uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, baseada na geração hidroelétrica.
Além da planta fotovoltaica, a Itaipu Binacional, o Itaipu Parquetec e o Parque Tecnológico Itaipu (PTI – margem paraguaia) vão desenvolver o projeto “Estudos para Sustentabilidade da Usina Solar Flutuante (USF) no reservatório da Usina Hidrelétrica Itaipu (UHI)”. O projeto contempla a elaboração de análises de comparação de geração entre a usina flutuante e outras usinas solares em solo, análises de modelos de negócio para as legislações brasileira e paraguaia, avaliação de impactos na rede interna de energia da Itaipu e simulações para eventual expansão da usina flutuante e inclusão de sistemas de bateria. O estudo também vai levantar possíveis impactos ambientais da planta fotovoltaica no reservatório, trabalho que será feito com a colaboração da Diretoria de Coordenação.
O superintendente da Assessoria de Energias Renováveis da Itaipu, Rogério Meneghetti, disse que as análises poderão confirmar alguns dos benefícios ambientais esperados com o projeto, entre eles, a redução da evaporação do reservatório e a mitigação da formação de algas, contribuindo para a preservação dos ecossistemas aquáticos. Ao refletir a luz solar, a água também poderá aumentar a captação de energia dos painéis solares, gerando maior rendimento em comparação com instalações terrestres. Meneghetti acrescenta que estudos técnicos indicam que o potencial brasileiro de usinas solares em reservatórios de hidrelétricas chega a 4.519 GWp, com uma geração anual de 4,4 milhões de MWh – cerca de 5% da produção de Itaipu em 2023.
Deixe seu comentário