A VENEZUELA AMANHECE COM UM APAGÃO QUASE TOTAL ENQUANTO O DITADOR MADURO AMEAÇA DE PRISÃO O VENCEDOR DA ELEIÇÃO
A Venezuela inteira amanheceu esta sexta-feira (30) às escuras. Sem energia. O governo do ditador Nicolás Maduro acusa a oposição de ataque às linhas de energia. O Ministério das Comunicações do país afirmou que a falta de luz também atinge total ou parcialmente todos os estados venezuelanos. “Mais uma vez fomos vítimas da sabotagem elétrica. Estamos fazendo todo possível para identificar a origem do problema e restabelecermos a energia”, disse o ministro das Comunicações, Freddy Nañez. A oposição não se manifestou. Para lembrar, em 2019, a Venezuela sofreu três apagões nacionais, alguns com duração de até três dias, que as autoridades atribuíram a ataques à rede de transmissão por sabotadores e opositores do governo do ditador.
Mesmo às escuras, o ditador continua na velha máxima “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”, mas só tem apoio mesmo do Irã, Coréia do Norte, Nicarágua, Cuba e Brasil. Até a Colômbia, que estava alinhada com o Brasil, já está repensando o apoio. Agora, Maduro já está ameaçando de prisão o candidato vencedor da eleição, o embaixador Edmundo Gonzalez Urritia. Caso ele não compareça, como fez em outras duas audiências às quais foi convocado no último mês, será alvo de um mandado de prisão, segundo o Ministério Público da Venezuela. A convocação de Edmundo González, como as duas anteriores, não especifica em que qualidade foi convocado: acusado, testemunha ou especialista, como exigido pela lei venezuelana.
Edmundo González afirma que venceu as eleições e diz ter provas. Já o ditador Maduro foi proclamado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE, que equivale à Justiça Eleitoral da Venezuela), acusado de trabalhar a favor do chavismo. A oposição publicou em um site cópias de mais de 80% das atas de votação, que mostram sua vitória, o que é o foco da convocação: “Usurpação de funções” e “falsificação de documento público” do CNE, crimes que em tese podem resultar na pena máxima de 30 anos de prisão. Juristas classificaram o procedimento como irregular. Esta não é a única investigação contra Urrutia, que está na clandestinidade desde 30 de julho, quando apareceu pela última vez em público. Os protestos pós-eleições que deixaram 27 mortos, quase 200 feridos e mais de 2.400 detidos, uma centena deles menores.
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