ABASTECIMENTO SERÁ NORMALIZADO EM ATÉ UMA SEMANA, ESTIMA ANP
As consequências da greve dos caminhoneiros ainda vão ser sentidas por vários dias. Na visão do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone (foto), o abastecimento de combustíveis no Brasil será normalizado entre cinco e sete dias. Ele participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir sobre as manifestações realizadas pelos motoristas.
Em diversos estados, os postos de gasolina estão começando a ser reabastecidos e serviços de transportes começam a melhorar. No Rio de Janeiro, os BRTs (serviço expresso de ônibus) já retornou à sua operação normal. As escolas municipais voltaram a funcionar, após ficarem fechadas na segunda-feira. Apesar disso, a capital fluminense segue em estágio de atenção. Na parte econômica, de acordo com contas feitas pelo Sistema Firjan, o prejuízo para o PIB do Rio com a greve é de R$ 77 milhões. Os setores Minerais Não Metálicos e Moda foram os mais prejudicados, seguidos por Alimentos e Bebidas e Metal Mecânico.
Mas enquanto algumas cidades já começam a ter um cenário melhor, o quadro ainda é crítico em outros cantos do país. Em Santa Catarina, por exemplo, 15 municípios estão em situação de emergência. A cidade catarinense de Videira, inclusive, decretou estado de calamidade pública. A tão esperada recuperação total do abastecimento no Brasil será gradual.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, recuou e disse que o governo não considera mais o aumento de tributos como forma de compensar a redução da Cide e do PIS-Cofins sobre o diesel. Como se sabe, o presidente Michel Temer anunciou no domingo uma série de medidas para dar fim à greve dos caminhoneiros, incluindo uma redução de R$ 0,46 no preço do diesel. Mas uma das formas para o Planalto compensar as perdas com esse desconto seria o aumento de impostos. Reinou o bom senso e o governo decidiu que, ao invés de penalizar a população com mais encargos, irá reduzir os incentivos fiscais em alguns setores.
Ontem (28), o Congresso Nacional recebeu as três medidas provisórias assinadas por Michel Temer que resultaram do acordo com os caminhoneiros para pôr fim à greve nacional iniciada no dia 21. Serão criadas agora três comissões mistas para analisar os textos. Depois das comissões, as MPs serão votadas pelos plenários da Câmara e do Senado.
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