ABCAM ORIENTA CAMINHONEIROS A LIBERAREM ESTRADAS, APÓS AMEAÇA DE USO DAS FORÇAS ARMADAS

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), uma das lideranças das manifestações realizadas esta semana nas estradas brasileiras, emitiu uma nota no fim desta tarde (25) pedindo que sejam retiradas as interdições nas rodovias, mas mantendo as manifestações de forma pacífica, sem obstrução. No comunicado, a entidade se diz preocupada com a segurança dos motoristas, após o presidente Michel Temer autorizar o uso das Forças Armadas para liberação das vias.

“Já mostramos a nossa força ao Governo, que nos intitularam como minoria. Conseguimos parar 25 estados brasileiros com mais de 504 interdições”, afirmou a associação. “A culpa do caos que o país se encontra hoje é reflexo de uma manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria”, acusou.

De acordo com a Abcam, as tentativas de negociação com o governo começaram em outubro do ano passado e que um novo alerta sobre a possibilidade de greve foi emitido no dia 14 de maio, uma semana antes dos protestos. “É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria”, acrescentou a entidade.

A Abcam foi uma das entidades que não assinou o acordo proposto pelo governo na quinta-feira (24). Como resultado da reunião realizada ontem, ficou decidido que além de zerar a Cide sobre o diesel, o governo se comprometeu a ressarcir a Petrobrás para que a estatal estenda por um mês o desconto de 10% sobre o preço do diesel na bomba e não apenas por quinze dias.