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ABDAN AFIRMA QUE REVISÃO DA TARIFA DE ANGRA 3 NÃO TRARÁ GRANDES IMPACTOS NA CONTA DE LUZ DOS BRASILEIROS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

celso cunhaA indústria nuclear vai avançar e o bolso do consumidor não pagará muito a mais por isso. Esta é a conclusão do presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de  Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha. Para lembrar, o setor nuclear comemorou bastante nesta semana a notícia de que o deputado Júlio Lopes, relator da Comissão Mista da medida provisória 814/2017, sobre a privatização da Eletrobrás, incluiu em seu relatório a questão da revisão da tarifa de energia de Angra 3. “No momento em que Angra 3 entrar na rede, vai eliminar muito a fonte emergencial. Hoje, são despachadas muitas térmicas à gás. A tarifa das emergenciais é maior que o realinhamento da tarifa de Angra 3. Então, o reajuste vai corrigir um equívoco do passado”, explicou.

Para Celso Cunha, o custo da indecisão sobre Angra 3 é ainda maior. O presidente da ABDAN afirma que a Eletronuclear, tirando as questões de Angra 3, tem um balanço financeiro muito bom. Mas que a revisão da tarifa, hoje em R$ 244 por MWh, é necessária para que a empresa conclua os pagamentos de empréstimos tomados junto ao BNDES e Caixa. “A tarifa estabelecida, há muitos anos, não foi baseada em valores do setor de geração termonuclear. Isso precisa ser entendido. Então, é necessário um realinhamento. O impacto para o consumidor será, provavelmente, menor que 1% na tarifa média, isso em 2026. Cabe lembrar que, naquele ano, vamos rever toda a questão de geração térmica a gás e geração emergencial e podemos até mesmo chegar a um balanço negativo em termos de tarifa”, explicou.

O executivo reforça a ideia de que não é possível afirmar que a tarifa vai aumentar ou diminuir e bate na tecla que o impacto das térmicas a gás é muito maior na conta de luz dos brasileiros. “O fato é que pagamos uma fortuna pela energia emergencial, gerada pelas térmicas. Quando elas entram em atividade, o custo da energia fica muito maior”, ponderou.

A ABDAN enxerga a questão da revisão da tarifa como um realinhamento, cujo objetivo final é permitir resolver a questão do financiamento do empreendimento, dando uma injeção no caixa da Eletronuclear e possibilitando o prosseguimento da construção, juntamente com um parceiro privado.

A comissão mista que analisa a Medida Provisória 814/2017 marcou para o dia 8 de maio a votação do relatório da medida. A data foi acertada entre governo e oposição para que os parlamentares tenham tempo de analisar o documento. “Eu parabenizo o deputado Júlio Lopes pela iniciativa e também o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que está encarando o assunto de frente. Não dá para não decidir. Não decidir é impor uma perda imensa de recursos anuais”, disse Celso Cunha.

A ABDAN também considera que, a esta altura, a discussão sobre concluir ou não a obra já é superada, tendo em vista que o Brasil tende a ganhar muito mais com o término da usina, garantindo geração de energia firme, segura e limpa. “Essa discussão sobre terminar ou não a usina, ao nosso ver, já foi superada há muito tempo. Mesmo que o CNPE não tenha se pronunciado, o custo para paralisar a obra é de R$ 12 bilhões. Ou seja, não faz sentido continuar com essa discussão, já que o custo para finalizar o projeto é de R$ 15 bilhões”, concluiu.

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