ABDAN APRESENTOU OS BENEFÍCIOS DA IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS DURANTE FÓRUM NO RIO DE JANEIRO | Petronotícias




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ABDAN APRESENTOU OS BENEFÍCIOS DA IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS DURANTE FÓRUM NO RIO DE JANEIRO

patriciaA participação de Patrícia Wieland, conselheira da ABDAN, na Rio Scientific Entrepreneurship (RISE 2022) teve um destaque especial por sua apresentação sobre as qualidades e a importância do uso da tecnologia nuclear na conservação de alimentos. O evento tem o apoio da Sociedade Nacional de Agricultura, da Faperj e da UFRJ. Durante dois dias, o tema alimentação foi debatido em vários aspectos. Por isso, o destaque para o uso e a importância da tecnologia nuclear na conservação de alimentos. Esta é uma das preocupações do presidente da ABDAN, Celso Cunha, que tem levantado a bandeira da irradiação em sua administração: “Nós temos tanto cuidado neste assunto que assinamos um acordo de colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) com o propósito de desenvolver a preservação de alimentos com irradiação”, declarou Cunha.

A importância de discutir o tema da irradiação cresce no cenário atual, no qual o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, mas é apenas o 23º país em exportação desses produtos. Das seis milhões de toneladas de frutas brasileiras negociadas em 2021, 30% foram perdidas ou desperdiçadas. São números significativos. Uma perda milionária, gigantesca mesmo. Foi com base nessa realidade que Patricia Wieland tratou de expor aos participantes o quanto é importante o uso da energia nuclear na preservação dos alimentos produzidos no Brasil. Os ganhos econômicos seriam gigantescos. Ela citou os riscos quando não se usa a fonte nuclear para preservar os alimentos: “Intoxicação alimentar, problemas logísticos complexos, alto custo para evitar perdas e o desperdício de alimentos; e contaminação microbiológica.” Ela falou ainda sobre a necessidade de aumentar as exportações dos alimentos e produtos do setor agropecuário, usando soluções com alta tecnologia para preservação desses alimentos. Patricia tratou ainda dos desafios para a implantação em escala comercial de projetos de irradiação.

irradiacao-de-alimentos-no-brasil-1080x675A conselheira da ABDAN destacou alguns dos principais problemas que o produtor e o exportador enfrentam: os micro-organismos (fungos e bactérias); os processos fisiológicos (maturação e brotamento); as reações químicas (enzimáticas e não enzimáticas); o ataque de pragas (insetos roedores); os rompimentos das embalagens, os choques mecânicos e a absorção de umidade: “Há aproximadamente 108 bactérias em um grama de solo. Existem 109 micro-organismos em simbiose com cada pessoa. De cada 10 células humanas, nove são micro-organismos. Os micro-organismos surgiram há bilhões de anos e são os seres vivos mais bem adaptados, sobreviveram à eventos de extinção em massa. Os micro-organismos são muitas vezes os principais componentes de ciclos biogeológicos”, detalhou.

Patrícia lembrou que as bactérias são responsáveis por várias doenças infecciosas, como tuberculose, cólera, difteria e intoxicação alimentar. Os vírus são responsáveis por certas doenças fatais, como AIDS, covid-19, dengue, hepatite e os fungos podem causar infecções de pele e alergias.

Há uma necessidade de evitar perdas e desperdício, eliminar a contaminação microbiológica e aumentar exportações de alimentos e produtos do setor agropecuário. Com isso, será possível contribuir com R$ 60 bilhões no objetivo de o Brasil aumentar sua participação no mercado de alimentos global. Além disso, será possível alcançar o objetivo de elevar o consumo de frutas e seus derivados no mercado interno para a marca de 70 kg/per capita/ano e atingir o valor de US$ 2 bilhões em exportações de frutas frescas e derivados.

O uso da radiação nuclear pode prevenir doenças causadas por micro-organismos patogênicos, disponibilizar frutas e hortaliças o ano todo; reduzir perdas econômicas pela deterioração; remover ou destruir micro-organismos prejudiciais; retardar reações enzimáticas e químicas; retardar multiplicação microbiana”, afirmou Patricia.

Em sua palestra para uma plateia atenta e surpresa com os dados, Patrícia Wieland lembrou que a radiação é um processo limpo, rápido com múltiplos usos e que, nas últimas 3 décadas, cerca de 94% dos investimentos em pesquisa foram direcionados para ganhos de produtividade, enquanto apenas 5% foram direcionados para a redução de perdas; redução de patógenos em condimentos e comidas frescas; desinfestação de insetos em cereais, feijões e comidas desidratadas; segurança fitossanitária; inibição de brotamento em batatas, cebolas, gengibre, alho; e no prolongamento da vida útil dos alimentos.

O uso da radiação nuclear, disse Patricia, traz melhorias das propriedades mecânicas e térmicas em polímeros, borrachas, plásticos, madeiras. A técnica pode ser aplicada ainda para proteção ao meio ambiente, tratamento do esgoto, remediação de solo contaminado e preservação de obras de arte e documentos históricos: “Os alimentos tratados com radiação, são naturais, saudáveis e permanecem frescos por mais tempo. Precisamos reduzir as perdas, proporcionar mais segurança alimentar. Com a radiação, usamos menos pesticidas. Além disso, pode-se limpar águas e lamas, eliminando patógenos e protegendo o meio ambiente”, finalizou.

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