ABDAN APRESENTA POTENCIAL NUCLEAR BRASILEIRO EM CONGRESSO MUNDIAL NA RÚSSIA
A Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) está envolvida na divulgação do potencial da indústria nuclear brasileira no exterior e deu um novo passo neste sentido esta semana, durante um dos maiores congressos do setor no mundo, a Atomexpo 2016, que foi realizada em Moscou, na Rússia. O presidente da ABDAN, Antonio Müller (foto), foi um dos convidados a fazer apresentações ao longo do evento, e conseguiu atrair a atenção de investidores, executivos e representantes de entidades internacionais, destacando a importância da participação privada na indústria brasileira e o espaço que deve ser dado a ela no futuro.
O tema da apresentação de Müller, denominado “Nuclear Power Development Program in Brazil and Private Participation”, foi detalhado a partir dos planos do governo nacional para as próximas décadas, com a previsão de que sejam construídas 12 novas usinas até 2050, o que abrirá espaço para muitas companhias investirem no País e desenvolverem atividades locais, já que o Brasil é uma das poucas nações no mundo que dominam o ciclo do combustível nuclear, além de possuir grandes reservas de urânio, entre as dez maiores do globo terrestre.
“As perspectivas futuras no Brasil são bastante promissoras e já há um movimento das maiores empresas do setor para ganhar território no País, vislumbrando as grandes oportunidades que deverão surgir em breve. É importante que as sinalizações do governo para as novas usinas sejam confirmadas e para isso será fundamental a participação privada de forma majoritária nos empreendimentos”, afirmou o presidente da ABDAN.
A proposta de participação privada nas futuras usinas nucleares já foi apresentada pela ABDAN ao governo nos últimos anos e agora tem avançado em novos caminhos no meio político brasileiro, com a perspectiva de ser analisada pelo Congresso Nacional em breve.
O avanço do Programa Nuclear Brasileiro é um tema que deverá constar dos próximos passos do Ministério de Minas e Energia nacional, assim como a inclusão das novas usinas nucleares no Planejamento Energético do País, tendo em vista que houve mudanças nos principais cargos de comando dessas áreas recentemente e o atual governo já se demonstrou a favor de ampliar as parcerias público-privadas, anunciando que há planos de novas concessões e projetos a serem lançados com este foco num futuro próximo.
A apresentação de Antonio Müller levou em conta essas novas variáveis do cenário político brasileiro, ressaltando que há um grande déficit no orçamento do governo federal, avaliado em cerca de R$ 170 bilhões para 2016, de modo que a situação econômica do País naturalmente demandará uma maior participação privada nos novos projetos que venham a ser desenvolvidos internamente, e a área nuclear deverá ser um dos destaques destes planos.
O presidente da ABDAN foi saudado por diversos representantes dos mais altos cargos da indústria nuclear mundial e se apresentou no evento em paralelo a alguns deles, como a diretora geral da World Nuclear Association, Agneta Rising, o diretor geral da Rusatom Overseas, Evgeny Pakermanov, o diretor nuclear da WorleyParsons, Djurica Tankosic, entre outros nomes de diversos países, como França, EUA, Suécia, Argentina, Nigéria, Bulgaria, Zambia, Gana, Bolívia, Camboja, Bangladesh, entre outros.
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