ABDAN AVANÇA NA ELABORAÇÃO DE PLANO QUE VISA AMPLIAR O ACESSO À MEDICINA NUCLEAR NO BRASIL

reuniaoDados divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam uma tendência de envelhecimento da população que já é observada há alguns anos no Brasil. A parcela dos brasileiros com 65 anos ou mais em 2022 representava 10,5% do total, sendo que em 2012 esse índice era de 7,7%. Esse fenômeno demográfico traz inúmeras questões e reflexões para o futuro dos brasileiros. No campo da saúde, por exemplo, isso poderá resultar em maior incidência de enfermidades crônicas, tais como câncer, doenças cardiovasculares e doenças neurológicas que demandam maior precisão nos diagnósticos. De olho nesse cenário, a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) apresentou recentemente o “Programa Tempo é Saúde”, cujo objetivo é agilizar o acesso da população aos exames diagnósticos e tratamentos da medicina nuclear. Nesta semana, a entidade fez um novo e importante avanço na elaboração dessa iniciativa, realizando uma reunião com diferentes especialistas do setor para discutir os principais pontos da versão final do programa.

A reunião realizada pela ABDAN foi comandada pelo ex-ministro da Saúde Nelson Teich, que hoje atua como consultor da Teich Health Care. O presidente da ABDAN, Celso Cunha, também participou do encontro, ao lado dos executivos Josino Garcia (Medical), Beatriz Leme (UDDO) e Renata Ferreira (Eckert & Ziegle). Além disso, outro grupo de especialistas em medicina nuclear participou virtualmente da reunião: o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Rafael Lopes, e os executivos Sibila Grallert (CMR), Fabrício Diel (Eckert & Ziegler), Giovanna Gallo (MMConex), Ana Célia (Theia Nuclear) e Alessandro Bossan (Theia Nuclear). Esses nomes fazem parte do recém-criado Comitê de Medicina Nuclear da ABDAN, anunciado em maio durante a feira Nuclear Trade & Technology Exchange (NT2E).

radiacao-na-medicina-tipos-exames-medicina-nuclearDurante o encontro, o grupo traçou o atual cenário do mercado de medicina nuclear no Brasil. Segundo dados do mercado e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), existem atualmente 467 unidades licenciadas de medicina nuclear no país, incluindo hospitais, clínicas e centros especializados em tratamento e diagnóstico. No entanto, essas unidades de saúde ainda estão muito concentradas no Sudeste. Pacientes das demais regiões brasileiras ainda enfrentam muitas dificuldades para ter acesso à medicina nuclear. Isso impacta diretamente na vida dessas pessoas, retardando o diagnóstico e o tratamento de doenças sérias.

Estamos pondo em prática o convênio realizado entre a ABDAN e a SBMN na NT2E com o objetivo de organizar o mercado da medicina nuclear e, com isso, atender aos pacientes que necessitam do tratamento e diagnóstico do câncer, sem descontinuidade do fornecimento de radiofármacos”, detalhou o presidente da ABDAN, Celso Cunha. “Foi apresentada a primeira fase do comitê com levantamento de dados macro e foi feito um debate com o ex-ministro Nelson Teich, o presidente da SBMN, Rafael Lopes, e sócios da ABDAN”, acrescentou.

O presidente da ABDAN, Celso Cunha

O presidente da ABDAN, Celso Cunha

O comitê da ABDAN também constatou que a quantidade de serviços de medicina nuclear em funcionamento atualmente no país é insuficiente para atender às necessidades mínimas esperadas para a cobertura de toda a população, o que se reflete tanto nas micro como nas macrorregiões de saúde. Paralelamente, de acordo com avaliações do mercado, alguns serviços de medicina nuclear no país operam atendendo um número de pacientes inferior à capacidade dos equipamentos existentes e da atividade radioativa entregue. Essa situação sugere que há possibilidade de obter ganhos de produtividade que permitiriam aumentar a quantidade de pacientes atendidos, mesmo mantendo o mesmo número de equipamentos ou unidades em funcionamento.

Durante a reunião de hoje, foi debatido o formato de apresentação do plano de ação para elaboração do documento final do plano Saúde é Tempo. Temos no planejamento o envolvimento de outras instituições e consultorias, que foram debatidas e serão incorporadas na próxima reunião do comitê em agosto”, contou Cunha.

A ampliação da medicina nuclear no Brasil será fundamental para os brasileiros ao longo dos próximos anos. São esperados 704 mil casos novos de câncer no país para cada ano do triênio 2023-2025. As informações são da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA). Além disso, as doenças cardiovasculares são responsáveis por quase um terço das mortes no Brasil e afetam desproporcionalmente o estrato mais vulnerável da população, que tem grande dificuldade no acesso a cuidados de saúde de alta qualidade. “A medicina nuclear tem muito a oferecer em políticas públicas para o acompanhamento nos cuidados da saúde e prevenções de doenças coronarianas”, concluiu Cunha.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of