ABEGÁS REAGE ÀS NEGOCIAÇÕES COM A PETROBRÁS QUE QUER COBRAR ATÉ SEIS VEZES MAIS CARO O PREÇO DO GÁS EM 2022
A Petrobrás propôs aumentar entre duas e quatro vezes o preço do gás natural no ano que vem, nos novos contratos que a estatal está negociando com as distribuidoras estaduais. Se o reajuste se confirmar, deverá ser repassado para o consumidor final de gás canalizado. A Abegás, representante das concessionárias de gás, pretende entrar com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), contra a petroleira, e pede que as bases dos contratos vigentes sejam mantidas. A proposta inicial da empresa quer cobrar seis vezes o valor atual e assustou as concessionárias que, via Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), decidiram entrar com uma representação contra a Petrobrás nesta 5ª feira (11) no Conselho Administrativo de Defesa Econômica(CADE).
A justificativa da empresa é a escalada da commodities no mercado internacional. O mercado de curto prazo (spot), principalmente, vem batendo recorde atrás de recorde. Augusto Salomon, presidente da Abegás, disse que o preço cobrado torna inviável o repasse do gás. “A Petrobrás está querendo comprar cargas de GNL spot. E o preço na Europa e nos Estados Unidos subiu demais. Então, isso está na mesa e estamos relutando em assinar porque fica inviável vender esse gás a esse preço”, afirmou.
A estatal está propondo os seguintes modelos de contrato:
- contrato de 1 a 6 meses, a cerca de US$ 35 por milhão de BTUs
- contrato de 1 ano, também a cerca de US$ 35 por milhão de BTUs
- contrato de 4 anos, a cerca de US$ 20 por milhão de BTUs
Segundo a Abegás, os preços sempre se mantiveram entre 5 e 6 dólares por milhão de BTU do GNL. Entre as reclamações da categoria está o TCC (Termo de Cessação de Conduta) assinado em 2019 com o CADE, que visa a abertura do mercado e ao fim do monopólio da Petrobras sobre a comercialização de gás natural.
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