ABEMI VAI CAPACITAR MÃO-DE-OBRA EM 2012
O principal projeto da Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) para os próximos anos é a capacitação de mão-de-obra para o mercado de construção e montagem brasileiro. Ainda está na fase de planejamento, mas deve sair do papel no início do ano que vem, segundo o presidente da instituição, Carlos Maurício de Paula Barros, que conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou sobre o projeto.
Como a Abemi avalia o mercado de engenharia industrial brasileiro atualmente?
Nós crescemos muito nos últimos anos. De 2000 a 2010 o crescimento da Abemi foi muito grande. Mas daqui para frente vai ser menor em termos de velocidade, por diversos motivos. Se você pegar as projeções do BNDES, por exemplo, vai ver que será menor por causa da crise internacional, pela variação dos preços das commodities, cada segmento tem sua particularidade que influencia.
O que achou dos anúncios recentes das multas para empresas que não cumpriram índices de conteúdo local?
É bom para nós que apertem no conteúdo local, porque obriga as empresas de fora, por exemplo, que tem interesse em fornecer para a Petrobras e outras empresas, a virem para o Brasil, ou a se associarem com empresas brasileiras para que consigam atingir esses números. E isso nos ajuda a melhorar.
Por que a gerência do Prominp deixou de ser feita pela Abemi e passou à Abimaq?
Porque agora as maiores necessidades serão de mão-de-obra para a indústria naval e de construção. No passado foi 100% de construção e montagem, e a experiência foi muito boa. Treinamos 78 mil pessoas, em 14 estados e em mais de 150 categorias. Desde MBA até a formação de operariado. Mas se a demanda maior agora é com as fábricas, é mais correto que a Abimaq gerencie mesmo.
O que achou da diminuição dos investimentos em refino e o aumento em produção no plano de negócios da Petrobras?
Para nós da Abemi é ruim, por que existem mais empresas que trabalham no refino, enquanto os investimentos em produção ficam limitados à ação de poucos. Pelo menos no curto prazo não é bom, já que as empresas estão dispostas de uma forma, mas no médio prazo elas se adequam. Em 2008, quando houve a crise, uma série de setores parou, mas depois acabou se adequando.
Quais os próximos projetos da Abemi?
Ano passado nós fizemos uma reunião na Argentina para discutir o que faríamos, foram 86 associados, e ficou decidido que nosso principal projeto será para a capacitação de pessoas nos próximos anos. Faremos o treinamento de pessoal de engenharia de projeto sob o ponto de vista de liderança e planejamento, e queremos fazer uma capacitação diferente da que fizemos com o Prominp. Não vamos pegar pessoas que não conhecem nada, queremos capacitar o pessoal que já tenha experiência, mas precisa ter mais habilidade do que tem hoje. Será focado em cinco funções: encanador, caldeireiro, soldador, eletricista e montador. O projeto vai durar vários anos, mas ainda está em fase de planejamento. Deve sair do papel no início do ano que vem, começando no Rio de Janeiro, por conta do Comperj, que tem um volume maior de obras e é mais fácil de gerenciar. Depois devemos ir para o Ceará, o Maranhão e o Rio Grande do Sul.
Deixe seu comentário