ABEN COMEMORA SUCESSO DE PÚBLICO DO INAC E PREPARA NOVO PLANEJAMENTO PARA CONTRIBUIR COM O SETOR NUCLEAR DO BRASIL
A Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN) comemora o resultado do seu principal evento, o International Nuclear Atlantic Conference (INAC), realizado recentemente no Rio de Janeiro. Ao todo, a conferência teve mais de 800 pessoas inscritas e contou ainda com a participação de vários especialistas internacionais. Em entrevista ao Petronotícias, o presidente da associação, Carlos Freire, destaca a grande diversidade de atores que participaram do evento. “Acho que esse é o grande atributo do INAC. Ele reúne empresas, instituições, academia e futuros atores, como alunos de graduação, pós-graduação e doutorado. Também é uma oportunidade para pesquisadores e cientistas mostrarem seus trabalhos. Isso é muito importante”, avaliou. Para o futuro, a ABEN já começa a planejar a edição de 2026 do INAC e também prepara um novo planejamento estratégico para acompanhar os recentes movimentos da indústria nuclear. “Há um ‘renascimento do nuclear’ no mundo atualmente, e ABEN precisa acompanhar essa evolução. Sem base técnica, sem pesquisas e sem trabalhos nas universidades e nos centros de pesquisa, não vamos longe”, avaliou Freire. “Vamos discutir tudo isso a partir da primeira quinzena de junho, retomando as reuniões da diretoria e buscando um planejamento estratégico que estabeleça diretrizes claras para nossas ações”, contou.
Qual foi o grande desta edição do INAC?
O INAC é um evento muito grande e importante no setor. O grande destaque desta edição foi, sem dúvida, o grande número de participantes. Tivemos mais de 800 pessoas inscritas. O evento aconteceu no Rio de Janeiro, de 6 a 9 de maio, na Escola de Engenharia Naval, e no dia 10 na própria sede da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), onde foi realizado o encerramento. Houve uma participação massiva de autoridades, incluindo o presidente da CNEN, Francisco Rondinelli, o diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante Rabello, o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, entre muitos outros nomes.
Gostaria de destacar alguns dos resultados do evento?
Foram apresentados 494 trabalhos científicos. A equipe de coordenadores selecionou 67 para serem apresentados oralmente nas diversas palestras que ocorreram simultaneamente durante a semana. E na parte que congrega a juventude, o Junior Poster, foram apresentados cerca de 427 trabalhos, que puderam ser acessados nos diversos totens que foram colocados na área do evento.
É um evento muito amplo em termos de congregação. Acho que esse é o grande atributo do INAC. Ele reúne empresas, instituições, academia e futuros atores, como alunos de graduação, pós-graduação e doutorado. Também é uma oportunidade para pesquisadores e cientistas mostrarem seus trabalhos. Isso é muito importante.
Tivemos também apresentações sobre nosso querido e desejado Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), além da participação de empresas como Eletronuclear, Rosatom, Amazul, EBSE, ENBPar e instituições como CNEN, ABACC, Finep e outras. Nós tivemos ainda a participação de diversas pessoas e entidades de outros países, como Estados Unidos, China e da Rússia. Vale destacar o Laboratório Nacional de Idaho, um dos grandes laboratórios nacionais dos EUA, Universidade do Texas (EUA), Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), entre outras. Acho que a diversidade do INAC, que inclui todos esses atores que mencionei, é o ponto alto do evento.
Qual o balanço desta edição do INAC?
O tema deste ano foi muito apropriado: “Energia Nuclear: Garantindo Energia, Saúde e Alimentação.” Está bem no foco do que temos vivenciado nas discussões sobre a energia nuclear no contexto da descarbonização e transição energética. Eu diria que esse INAC realizado no Rio de Janeiro foi um sucesso e já estamos pensando na edição de 2026. Estamos discutindo onde será realizado e qual será o nosso tema.
Falando do futuro, quais serão os próximos passos da ABEN?
Eu assumi a presidência da associação em dezembro do ano passado. Nossa preocupação inicial foi garantir a realização do INAC na amplitude que o evento deve ter. Eu já havia participado de outras edições do INAC e sempre vi a importância desse evento para o setor nuclear.
A nossa primeira missão foi viabilizar o INAC, o que só foi possível com o trabalho firme do pessoal que já estava envolvido, e também com o apoio das empresas. Sem patrocínio e apoio das empresas, não conseguiríamos realizar o INAC devido à sua dimensão. Agora, o nosso objetivo é recolocar a ABEN no patamar de importância que lhe cabe. É uma associação com mais de 40 anos de história e contribuição.
E como a associação pretende retomar esse patamar?
Há um “renascimento do nuclear” no mundo atualmente, e ABEN precisa acompanhar essa evolução. Sem base técnica, sem pesquisas e sem trabalhos nas universidades e nos centros de pesquisa, não vamos longe. Ficaremos apenas repetindo a tecnologia que já dominamos. A ABEN congrega a academia, as universidades, os institutos, os pesquisadores, os físicos, e os profissionais pensantes que constroem as bases técnicas para o Programa Nuclear Brasileiro.
Agora, a ABEN precisa focar em seu planejamento estratégico e nas próximas ações. Precisamos ter uma participação mais incisiva, seja através de seminários, cursos ou parcerias em eventos. Vamos discutir tudo isso a partir da primeira quinzena de junho, retomando as reuniões da diretoria e buscando um planejamento estratégico que estabeleça diretrizes claras para nossas ações. Acho que essa é uma contribuição que a ABEN tem toda condição de oferecer.
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