ABENGOA DEMITE 1.500 FUNCIONÁRIOS NO BRASIL E PARALISA OBRAS DO LINHÃO DE TRANSMISSÃO DE BELO MONTE
O anúncio por parte da Abengoa de que entrara em pré-recuperação judicial, na última quinta-feira (26), já causou efeitos diretos no Brasil. A empresa demitiu 1.500 funcionários e, com isso, paralisou as obras do linhão de transmissão que levará a energia de Belo Monte até Sapeaçu, na Bahia.
A empresa vinha negociando a entrada de um novo sócio, mas as tratativas falharam e a Abengoa se viu em uma situação bastante difícil, com uma dívida gigantesca e sem possibilidades de novos empréstimos. Com o pedido de pré-recuperação judicial, a Abengoa passa a ter 90 dias para renegociar seus débitos, antes de entrar em concordata.
Ao todo, de acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada da Bahia, Irailson Warneaux (foto), 11 frentes de trabalho da empresa na região tiveram suas obras paradas e todos os trabalhadores envolvidos foram mandados embora.
O linhão de transmissão de Belo Monte vai do Tocantins até a bahia, passando ainda pelo Maranhão e Piauí. A empresa venceu a licitação da linha de transmissão em fevereiro de 2013, com expectativa de entrada em operação 36 meses depois. A licença ambiental para o empreendimento foi emitida em março deste ano, pelo Ibama.
A empresa também vinha enfrentando dificuldades para realizar pagamentos para seus fornecedores locais. Cerca de 100 delas se uniram para entrar com uma ação coletiva contra a espanhola, que não realiza alguns pagamentos desde janeiro. De acordo com o advogado do grupo, uma estimativa preliminar aponta para um valor de até R$ 70 milhões em dívidas com os fornecedores.
O processo de reestruturação da empresa no Brasil ainda se estenderá, com novas demissões em vista. De acordo com Warneaux, dos cinco mil funcionários da Abengoa no Brasil, 400 serão mantidos em seus postos após o processo de “reestruturação para preservar o negócio”.
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