ABENGOA OBTÉM APOIO DE CREDORES PARA SUSPENDER DÍVIDAS DE € 9,4 BILHÕES

A reestruturação começa a tomar forma concreta para a espanhola Abengoa, que segue avançando hoje em seu plano de recuperação judicial. A empresa anunciou nesta semana que obteve apoio de 75% de seus credores para um acordo de suspensão de dívidas, o que deverá aliviar seu caixa para retomar negócios ao longo dos próximos meses. A medida, debatida desde o final do ano passado, tem como objetivo reduzir o endividamento total de € 9,4 bilhões e facilitar a obtenção de recursos por parte da companhia, evitando o que poderia se tornar a maior falência já registrada na Espanha.

Com o novo acordo, ainda pendente de aprovação da Justiça em Sevilha, as dívidas deverão se manter suspensas por um período de sete meses, o que previne que algum dos credores peça vencimento antecipado dos débitos. A empresa vem buscando aprovar um plano para reduzir suas dívidas a menos de € 5 bilhões, trocando parte do endividamento por ações. A medida conta com apoio de 40% dos credores, mas precisa que 75% deles sejam favoráveis para que possa ser colocada em prática.

De acordo com o presidente-executivo da Abengoa, Antonio Fornielles (foto), a empresa pretende fechar seu plano de reestruturação até o final de abril. Após crescimento acelerado nos últimos anos, com expansão para diversos países nos setores de energia solar e transmissão energética, a companhia se viu impactada pela crise na indústria internacional e débitos crescentes.

No Brasil, o endividamento soma mais de R$ 3,1 bilhões. A empresa teve seu pedido de recuperação judicial deferido no país na última semana, em ação que deverá incluir a reestruturação de três empresas do grupo espanhol: a Abengoa Construção Brasil, Abengoa Concessões Brasil Holding e Abengoa Greenfield Brasil Holding. Um novo plano de negócios deverá ser posto em prática por meio da consultoria K2, que será responsável pela administração das finanças ao longo dos próximos meses.