COMEÇA O LEILÃO DA CESSÃO ONEROSA NO RIO DE JANEIRO
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Começou agora, no Rio de Janeiro, o leilão dos excedentes da Cessão Onerosa. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, discursou durante a cerimônia de abertura do evento, destacando os efeitos positivos que a licitação trará para o setor de óleo e gás e para a economia do Brasil, como um todo. “A depender do resultados, poderemos, no curto prazo, dobrar as reservas atuais, chegando a 30 bilhões de barris equivalentes de petróleo. Nossa produção diária poderá atingir 7 milhões de barris. O Brasil se consolidará como exportador e será um dos cinco maiores produtores do mundo”, disse.
Segundo as estimativas apresentadas pelo ministro, os investimentos serão entre R$ 138 bilhões e R$ 254 bilhões no desenvolvimento de produção das áreas que estão sendo licitadas hoje. Albuquerque também lembrou que existem ainda medidas em tramitação no poder legislativo com o objetivo de retomar a atividade petrolífera no país. “Poderemos alavancar a política energética, criar oportunidades para mais investimentos e gerar mais emprego e renda”, afirmou.
O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, também discursou na abertura do leilão e disse que hoje é um dia histórico para o setor de petróleo e gás. Ele relembrou que a crise de três anos atrás fez com que a atividade do setor colapsasse. Mas ressaltou que o pré-sal é uma província extraordinária para extração do petróleo e que os recursos que vão ser obtidos com a exploração da camada poderão ser usado para tirar brasileiros da miséria.
Oddone ainda declarou as mudanças regulatórias realizadas nos últimos anos, como a alteração nas regras de conteúdo local, fim da exclusividade da Petrobrás no pré-sal, entre outras. E disse que de todos os desafios nessa busca pela retomada da atividade no setor, o mais emblemático era viabilizar o leilão da Cessão Onerosa.
QUATRO ÁREAS EM DISPUTA
No leilão de hoje, estão sendo oferecidos os volumes excedentes de quatro áreas de desenvolvimento: Atapu, Búzios, Itapu e Sépia, na Bacia de Santos. Em Búzios, o bônus de assinatura previsto é de R$ 68,194 bilhões, sendo a área mais cara a ser leiloada hoje. O percentual mínimo de excedente em óleo para União estabelecido ficou em 23,24%. Este campo, juntamente com Itapu, foi um dos quais a Petrobrás exerceu seu direito de preferência.
No campo de Itapu, o bônus de assinatura previsto é de R$ 1,766 bilhão, o menor do leilão. O percentual mínimo de excedente em óleo para União na área é de 18,15%. Já Sépia é a segunda área mais valiosa da licitação tanto em termos de bônus de assinatura, que ficou definido em R$ 22,859 bilhões, como também no percentual mínimo de óleo excedente (27,88%).
Por fim, a rodada também vai ofertar a área de Atapu, com bônus de assinatura de R$ 13,742 bilhões e percentual mínimo de excedente em óleo para União de 26,23%.
Nas rodadas de partilha, os bônus de assinatura são fixos e o excedente em óleo para a União é o único critério para definir a licitante vencedora. Arremata o ativo a empresa que ofertar o maior percentual.
Em entrevista publicada nesta manhã pelo Petronotícias, o sócio da KPMG, Anderson Dutra, disse acreditar que haverá um grande destaque da Petrobrás, em função do interesse que a empresa já demonstrou pelo campo de Búzios, que é a menina dos olhos da Cessão Onerosa. “Mas acho que as outras empresas vão se estruturar e tendem, inclusive, a pegar um pedaço dos outros dois campos onde a Petrobrás não manifestou seu direito de preferência (Atapu e Sépia)”, acrescentou.
O JUÍZO FINAL SE APROXIMANDO: Por mais que possamos observar o cuidado da estatal petroleira ao criar mecanismos de controles e conformidade na atualidade, notamos o retorno da “mão invisível” do estado a agir sorrateiramente na Petrobras na presente modelagem que programaram para o leilão da cessão onerosa do pré-sal brasileiro, com intuito de resolver as mazelas da União Federal e entes federativos. Por diversos fatores inerentes a atual geopolítica do petróleo, não há como deixar de fazer uma projeção negativa para a commoditie na atualidade no mercado internacional devido a diversos fatores que deverão pressionar doravante a cotação desse… Read more »