ABERTURA DA CPI É MARCADA POR CONFUSÃO E DISCUSSÕES

O clima foi quente na primeira reunião de trabalho da CPI da Petrobrás na Câmara dos Deputados. Quando o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB) anunciou a criação de quatro sub-relatorias, sem acordo com o relator Luiz Sério (PT-RJ), uma série de discussões acaloradas e ofensas trocadas entre parlamentares.

A decisão tomada pelo presidente da comissão não contou com o apoio dos partidos da base do governo. Após cinco horas de sessão, ficou definida a criação de oito sub-relatorias. Segundo o relator, este grande número pode atrapalhar os trabalhos da comissão.

O comportamento de Motta (foto) foi bastante criticado, já que desconsiderou vários pedidos de parlamentares para que houvesse uma negociação com os contrários à sua posição. Ele argumentou que indicaria os nomes de sub-relatores porque o regimento é omisso quanto a isso. Foi o estopim de todo o bate-boca.

O mais exaltado foi o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), que deixou sua cadeira e, em frente ao presidente da CPI, o chamou de moleque aos berros. O presidente da comissão não se calou, e devolveu que não admitiria tal desrespeito.

Os partidos da oposição foram priorizados nas sub-relatorias. Para a sub-relatoria que analisará as Sociedades de Propósito Específico (SPE), foi escolhido Bruno Covas (PSDB-SP); Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que sempre se manifesta contra o governo, será responsável pela investigação de superfaturamento no afretamento de navios; e André Moura (PSC-SE) cuidará da Sete BRasil e da venda de ativos da Petrobras na África. O bloco liderado pelo PT será representado pelo deputado Altineu Cotes (PR-RJ) para a sub-relatoria que vai investigar o superfaturamento na construção de refinarias.

O plano de trabalho elaborado pelo relator, sugerindo a criação de mais duas sub-relatorias para sistematização, também foi aprovado. Além disso, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) também propôs outros dois grupos para planejar ações que evitem novos escândalos de corrupção na Petrobras. Com isso, a CPI passa a ter oito sub-relatorias.