ABERTURA DO NUCLEAR SUMMIT DISCUTE OS DESAFIOS POLÍTICOS E OPORTUNIDADES DO SETOR NUCLEAR NO BRASIL

WhatsApp Image 2024-04-08 at 13.15.16 (6)Representantes da indústria nuclear do Brasil e do exterior participaram na manhã de hoje (8) da abertura do evento Nuclear Summit, organizado pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), no Rio de Janeiro. A tônica dos discursos que inauguraram a conferência, que será realizada até amanhã (9), girou em torno nas grandes oportunidades existentes no setor, sem também ignorar os grandes desafios que ainda travam e imobilizam o desenvolvimento do segmento nuclear no país.

O diretor geral da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), Rafael Grossi, lembrou que a última Conferência do Clima da ONU (COP-28) deixou um recado claro para o mundo – o da necessidade de investir em energia nuclear para viabilizar a transição energética. Ele também relembrou que, à margem da COP-28, diversos países se comprometeram em triplicar a geração de energia nuclear até 2050. “Isso deixa claro que a política finalmente se aliou com a ciência. Mesmo as nações que não utilizam a energia nuclear agora concordam que precisam da fonte para cumprir os objetivos climáticos e de segurança energética”, afirmou.

WhatsApp Image 2024-04-08 at 13.18.40O presidente da ABDAN, Celso Cunha, lembrou que já foram feitos avanços recentemente no setor nuclear. O dirigente da associação lembrou que os estudos relacionados à Angra 3 estão avançando, conforme noticiamos mais cedo. Para Cunha, o modelo de tarifa da usina que será apresentado amanhã (9) ao governo será uma peça-chave para a decisão política de incluir as obras da planta no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No entanto, ele demonstrou preocupação com o andamento da tramitação do projeto de lei da transição energética no Congresso Nacional (PL 327/21). Uma das emendas, que previa a classificação da fonte nuclear como energia limpa, foi rejeitada na Câmara, com participação de peso da base de governo – que votou contra a proposta.

Estamos correndo o risco de ser o único país, além da Alemanha, que não incluiu a nuclear na transição energética”, disse. O projeto de lei passará pela apreciação de senadores e o presidente da ABDAN disse que acredita existir tempo hábil para explicar aos parlamentares a importância de adicionar a nuclear no texto.

WhatsApp Image 2024-04-08 at 13.15.16 (2)Já o presidente da Frente Parlamentar Nuclear, deputado Julio Lopes, foi enfático ao dizer que ainda não existe uma coordenação nuclear no governo federal. Para ele, não faz o menor sentido a discussão sobre abandonar as obras de Angra 3. “Não concluir Angra 3 implica em acabar com o Programa Nuclear Brasileiro, que foi pensado com várias usinas nucleares no país”, afirmou. “Angra 3 é a nave mãe de um sistema que precisa continuar avançando”, complementou.

O parlamentar se disse surpreso com o resultado da votação da emenda sobre a classificação da energia nuclear como fonte limpa e atribuiu a rejeição da proposta a uma falta de coordenação política. “O governo votou contra a proposta. Além disso, meus colegas de bancada do Rio de Janeiro, onde estão instaladas as usinas nucleares, também votaram contra. É preciso organização e coordenação para reverter esse quadro”, afirmou Lopes. O parlamentar disse ainda que já está trabalhando para convencer senadores a incluir a energia nuclear no projeto de lei da transição energética.

A cerimônia de abertura do Nuclear Summit teve ainda discursos do secretário do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Inácio Arruda, do diretor geral da Diretoria de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante Alexandre Rabello, do deputado federal Reimont, do diretor da Faperj, Aquilino Senra, do presidente da Finep, Celso Pansera, e do diretor-superintendente do Sebrae RJ, Antonio Alvarenga.

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