ABESCO APONTA PARA ESTIMATIVA DE ECONOMIA DE R$ 20 BILHÕES NO BRASIL COM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) está trabalhando para incentivar o desenvolvimento do mercado de eficiência energética no país. Segundo projeções do governo, em 2027, a eficiência energética vai equivaler a 8% do consumo total de energia no Brasil em 2017. “É um número bem realista e, eu diria, conversador. Pode ser até maior que isso”, afirmou o presidente da Abesco, Alexandre Moana. Na agenda de ações da entidade, está a realização do Congresso Brasileiro de Eficiência Energética, nos dias 19 e 20 de agosto, em São Paulo. “Vamos focar na questão da inserção da inteligência, tanto no setor de eficiência quanto no setor elétrico. Porque se não houver inteligência no sistema, não existirá mobilidade elétrica adequada e geração distribuída fotovoltaica”, explicou Moana. Já na próxima semana, outra ação será a realização de uma reunião com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para tratar de temas do segmento. O presidente da Abesco ainda acrescenta que as estimativas apontam que o país tem um potencial de R$ 20 bilhões em economia por meio da eficiência energética.
Gostaria que o senhor falasse sobre a escolha do tema do congresso deste ano.
Neste ano, vamos focar na questão da inserção da inteligência, tanto no setor de eficiência quanto no setor elétrico. Porque se não houver inteligência no sistema, não existirá mobilidade elétrica adequada e geração distribuída fotovoltaica. Estamos percebendo que só existe essa entrada da grande inovação do sistema por meio da inteligência. Essa é nossa perspectiva e, por isso, o tema do congresso será “Inteligência Aplicada ao Setor Elétrico e de Eficiência Energética”.
E quais são os objetivos do evento?
Como sempre, o objetivo é disseminar a eficiência energética como a energia mais barata e limpa do mundo. Dentro desta disseminação, a nova postura do mundo perante às inovações do setor energético, que caem diretamente na eficiência. Ou seja, tendo mais inteligência eu me torno mais eficiente.
O senhor pode exemplificar ações de inteligência neste setor?
Quando citamos a inteligência, estamos falando de smart grid. Isto é, a inserção da possibilidade das redes adquirirem quase que uma cognição, de tão focada na tomada de decisões que elas passam a ter agora. Ou seja, o mesmo usuário pode ser gerador como consumidor. Então, quando digo sobre inteligência, estou falando da real smart grid, que é imprescindível para a necessidades humana de uso de energia.
Como avalia o momento atual do segmento de eficiência energética no Brasil?
As estimativas apontam para R$ 20 bilhões de potencial. O que nós vemos de importante, para que se dê início a esta grande economia, é que os índices mínimos sejam estabelecidos para as unidades consumidoras, assim como existem os índices mínimos para os aparelhos. Ou seja, índices para indústria, comércio e demais setores – inclusive o poder público.
Esta economia que eu citei anteriormente também é uma economia de infraestrutura, porque a eficiência energética não beneficia apenas a geração, mas também distribuição e transmissão.
Existe uma estimativa da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de que, em 2027, a eficiência energética representará 8% do consumo total de energia no Brasil em 2017. Como avalia esse número?
Eu acho que é um número bem realista. Em qualquer unidade em que os sócios da Abesco adentram – para fazer diagnóstico energético -, esse número de 8% é facilmente identificável. Então, é um número bem realista e, eu diria, conversador. Pode ser até maior que isso.
Que medidas o governo pode adotar para ajudar no desenvolvimento do setor?
O governo pode auxiliar no estabelecimento de índices mínimos, assim como no programa de etiquetagem. Além disso, deve continuar esse trabalho bonito que a Aneel tem feito. Eles, inclusive, fizeram um pedido de uma reunião para a próxima segunda-feira para estabelecer uma nova estratégia de destravar essa rigidez de aceitação do poder público. As atitudes da Aneel são muito positivas para isso, de parte do governo. Talvez, o Ministério de Minas e Energia tenha esse estabelecimento de índices mínimos industriais, comerciais e do poder público.
E quais outras medidas a Abesco pretende adotar para fomentar o mercado de eficiência energética?
O início da nossa estratégia, desde que entrei na presidência, é buscar um sistema brasileiro de medição e verificação de resultados. Além disso, buscar também o estabelecimento de índices mínimos por categorização: dividir por setores da economia os índices de eficiência e fazer com estes sejam atingidos, com objetivo nacional. Tanto para reduzir o investimento do contribuinte em infraestrutura como para proporcionar uma energia mais barata.
Muitas pessoas veem hoje a eficiência energética de um modo simplório. Eu diria que é importante salientar que a eficiência energética é muito mais. É com ela que é possível saber o quanto fazer de cada fonte. Talvez, a eficiência vista como um ciclo completo, é a inteligência que falta para o setor. Ela que deve nortear as mudanças no mundo de agora em diante.
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