ABESPETRO PREVÊ A CRIAÇÃO DE 500 MIL EMPREGOS ATÉ 2025 NA INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS E INVESTIMENTOS DE R$ 100 BILHÕES POR ANO
A Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro) lançou nesta terça-feira (2) o Caderno ABESPetro 2022. A publicação é o maior levantamento feito sobre o primeiro elo da cadeia produtiva do petróleo, na qual estão situadas as empresas que fornecem bens e serviços diretamente para as petroleiras. As maiores empresas do mundo neste segmento estão hoje presentes no Brasil, atraídas pela relevância do país na indústria petrolífera, sobretudo no ambiente offshore. O raio-x, elaborado com apoio da consultoria Deloitte, analisa todo o sistema de fornecedores da indústria brasileira de óleo e gás, descreve sua dinâmica, traz indicadores econômicos inéditos e apresenta agenda propositiva para o desenvolvimento nos próximos anos.
Rodrigo Ribeiro, presidente da ABESPetro, afirma que a publicação demonstra como o setor será fundamental para o sucesso da transição energética, a mudança estrutural da matriz de energia que precisa ser realizada de forma progressiva e socialmente responsável: “A mola propulsora da transição energética não deve ser a restrição na oferta de hidrocarbonetos, mas sim a redução da demanda decorrente do aumento da disponibilidade de energia renovável e de tecnologias disruptivas, algumas delas ainda indisponíveis. Qualquer tentativa de inverter essa lógica resultará em retrocesso no processo de transição e no acesso da população à energia”.
O Caderno ABESPetro 2022 mostra que a indústria de petróleo e gás no Brasil já anunciou investimentos que somam, em média, R$ 102 bilhões ao ano em exploração e produção até o ano de 2025. Com este capital, a expectativa é gerar cerca de 500 mil novos empregos na atividade de exploração e produção de petróleo e gás, o chamado upstream, nos próximos três anos. Hoje, são cerca de 340 mil postos de trabalho nesse segmento do setor. De acordo com a publicação, além da geração de emprego e de renda, o setor contribuiu com arrecadação de R$ 104 bilhões apenas no ano de 2021. Este valor considera a soma de bônus de contratações de blocos exploratórios, royalties, participações especiais, tributos, dividendos distribuídos pela Petrobras e a parcela da União proveniente do regime de partilha do pré-sal. Thelmo Ghiorzi (foto à direita), secretário-executivo da associação, destaca que “a disponibilidade de recursos naturais só se transforma em benefício econômico se eles forem, além de extraídos, utilizados para alavancar o desenvolvimento tecnológico e o crescimento da atividade industrial do país”.
A publicação apresenta sugestões de instrumentos para o uso pleno desses recursos produtivos, como o fomento à transição energética por meio de incentivos à produção de gás; a aceleração da produção, com a agilização de leilões de blocos exploratórios; estabilidade e ampliação do Repetro; e aprimoramentos dos instrumentos de incentivo à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) e de Conteúdo Local (CL). Sobre PDI e CL, Thelmo Ghiorzi, secretário-executivo da associação aponta que “aprimoramentos nestes instrumentos serão os grandes indutores de conteúdo local por mérito, não por imposição regulatória”.
De acordo com o Caderno ABESPetro 2022, a estabilidade operacional do setor e a geração de empregos e riqueza nos próximos anos passam pela definição de um calendário plurianual de leilões, incluindo blocos atraentes em regiões desenvolvidas e a desenvolver, como a Margem Equatorial. O regime tributário especial também é fundamental para viabilidade econômica dos investimentos em exploração para a promoção do desenvolvimento econômico e social.
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