ABIMAQ PROPÕE NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL PARA REANIMAR SETOR DE ÓLEO E GÁS | Petronotícias




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ABIMAQ PROPÕE NOVA POLÍTICA INDUSTRIAL PARA REANIMAR SETOR DE ÓLEO E GÁS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Jose Velloso AbimaqEm busca da retomada do crescimento no setor de óleo e gás, membros da indústria e o governo estão discutindo o melhor caminho para fazer com que essa indústria seja reanimada. Em recente reunião com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apresentou suas sugestões para ajudar a elaborar os planos de ação para reaquecer o ambiente de negócios. Segundo o presidente-executivo da entidade, José Velloso (foto), uma das mudanças necessárias é a revisão da política de conteúdo local. “O conteúdo local não deve ser punitivo, e sim conceder prêmios. Se a empresa não atingir, não será punida, mas caso atinja, que seja premiada. O conteúdo local não é o fim nele mesmo. Ele deveria ser uma métrica“, comentou. Ainda de acordo com Velloso, o governo deveria se esforçar para implantar uma política industrial que favoreça a cadeia de fornecedores, tornando as empresas nacionais competitivas. “A partir de então, as companhias de óleo e gás comprariam os bens nacionais naturalmente“, explicou. O presidente-executivo da Abimaq também revelou que a associação terá, nas próximas semanas, um encontro com o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, para discutir pontos de interesse do setor de máquinas e equipamentos.

Quais foram os temas tratados com o ministro de Minas e Energia relacionados ao setor de óleo e gás?

O governo está fazendo estudos para algumas questões que vão ser redefinidas, como o conteúdo local, por exemplo. O ministro está escutando toda a indústria. Escutou a ONIP, o IBP, o Sinaval e agora escutou a gente. Ele está ouvindo todos os setores para saber as nossas opiniões de como deveria ser o critério. Nós deixamos nossa visão.

E qual a visão da Abimaq em relação ao conteúdo local?

Nós entendemos que nos casos de compras governamentais, compras financiadas com dinheiro público, setores incentivados com redução de impostos ou concessão pública para exploração de bem mineral, deveria existir a contrapartida de compras. O conteúdo local não deve ser punitivo, e sim conceder prêmios. Se a empresa não atingir, não será punida, mas caso atinja, que seja premiada. O conteúdo local não é o fim nele mesmo. Ele deveria ser uma métrica.

Que mudanças são necessárias?

O Brasil precisa ter uma política industrial de competitividade para os fornecedores de bens e serviços. O objetivo deve ser a política industrial e não o conteúdo local. Na verdade, o conteúdo local seria consequência da política industrial.

Como deveria ser o funcionamento dessa política industrial?

A gente entende que a política industrial tem que ser de baixo da pirâmide para cima. Quem tem o benefício hoje é a companhia de óleo, estaleiros e EPCistas. Eles ficam com todos os benefícios, não repassam para a cadeia. Com isso, os fornecedores locais não ficam competitivos. Consequentemente, as empresas estão querendo comprar lá fora. A gente entende que isso está errado. Deveríamos incentivar a indústria nacional na base. A partir de então, as companhias de óleo e gás comprariam os bens nacionais naturalmente.

Qual a situação do setor de máquinas e equipamentos voltado ao mercado de óleo e gás?

A situação é péssima. A Petrobrás virou as costas e não está se importando se terá fornecedores no futuro. Isso começou em 2014. Desde então, não tivemos novos investimentos. O que temos são investimentos paralisados e alguns que estão sendo retomados. Hoje, nosso setor está sobrevivendo com serviços de manutenção. Nosso segmento deve estar trabalhando com 50% de ociosidade. É uma situação muito difícil. A gente não vê nenhum movimento por parte da Petrobrás para preservar seus fornecedores.

Como a Petrobrás poderia ajudar a reanimar este setor?

A Petrobrás tinha que vir a público dar previsão de demanda futura. Uma previsão mais precisa. Precisa resolver o problema das empresas que entraram na Lava Jato e que não fizeram leniência. Precisar resolver também a questão de fornecedores com máquinas paradas e os fornecedores que entregaram e não receberam pagamento. Nós estamos tentando uma audiência com o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, para apresentar essas questões. Nossa previsão é de que esse encontro aconteça nas próximas duas ou três semanas.

Além das questões do mercado de óleo e gás, que outras pautas a Abimaq apresentou na reunião com o ministro de Minas e Energia?

Uma delas foi o pedido para que não sejam interrompidos os leilões de energia eólica. A indústria precisa ter previsibilidade da demanda constante. Outra pauta que nós levamos para o ministro foi o código de mineração. O código está sendo votado no Congresso e nós temos a percepção de que as máquinas para mineração sofreram uma diminuição grande em função da espera dessa votação. Como já são cinco anos de espera, pedimos para que esse código caminhe para reanimar o setor.

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