ABIOVE PREVÊ ALTA DE 4 MILHÕES DE TONELADAS NA PRODUÇÃO DE FARELO DE SOJA COM A RETOMADA DA MISTURA DE BIODIESEL
A indústria de biocombustíveis está mobilizando-se para aumentar o nível da mistura de biodiesel no diesel comercial. Uma nova estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) indica que se esse percentual permanecer no nível atual (10%), a expectativa é de que a produção de farelo de soja no Brasil em 2023 seja de aproximadamente 39 milhões de toneladas. No entanto, se o cronograma original do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) for retomado – 14% em janeiro e fevereiro e 15% de março a dezembro – o farelo produzido pode chegar a 43 milhões de toneladas.
Segundo a Abiove, a produção de biodiesel estimula o processamento da soja em grão já que a oleaginosa é a sua principal matéria-prima e agrega alto valor à cadeia produtiva. O biodiesel beneficia indiretamente a produção de proteína animal, que demanda uma grande quantidade de farelo de soja em seu processo produtivo. “ Para se ter uma ideia, de 2018 a 2022, 90 milhões de toneladas de soja foram esmagadas a mais devido ao biodiesel. Isso representa cerca de 16% do total processado no período (502 milhões de toneladas)”, acrescentou a entidade.
Para lembrar, o CNPE decidiu reduzir o teor da mistura obrigatória do biodiesel ao diesel de 13% para 10% em setembro de 2021. Naquela época, o Ministério de Minas e Energia alegou que, durante o ano de 2021, o mercado mundial estava com forte demanda pela soja, elevando o preço da commodity no cenário internacional. No mercado doméstico, o preço da soja é também impulsionado pela desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar. Em novembro do mesmo ano, a pasta decidiu que os 10% seriam mantidos durante todo o ano de 2022.
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