ABIQUIM REGISTRA CONSUMO ACELERADO DE PRODUTOS QUÍMICOS EM JUNHO COM DESTAQUE PARA PRODUTOS HOSPITALARES LIGADOS AO COMBATE DA COVID
A demanda interna por produtos químicos manteve o ritmo acelerado no mês de junho, com o consumo aparente nacional (CAN) registrando elevação de 7,3% sobre o mês de maio. Já os volumes de produção e de vendas internas dos produtos químicos de uso industrial apresentaram recuo, refletindo especialmente a realização de paradas programadas para manutenção: o índice de produção IGQ-P Abiquim-FIPE recuou 4,22% e o de vendas internas IGQ-VI Abiquim-FIPE caiu 2,37%. Na comparação com igual mês do ano passado, o volume de vendas internas caiu 0,79% em junho de 2021 – primeiro resultado negativo nessa comparação desde julho de 2020 – enquanto o índice de produção, o IGQ-P Abiquim-FIPE apresentou elevação de 11,41% em junho de 2021.
O nível de utilização da capacidade instalada ficou em 67%, quatro pontos abaixo do nível do mês anterior, puxado em especial pelo grupo de resinas termoplásticas, cujo uso das instalações foi de apenas 68% – pior resultado desde maio do ano passado. Em relação aos preços praticados no mercado doméstico, houve uma alta nominal de 0,09% em junho, após ter apresentado elevação de 1,32% em maio de 2021, seguindo o comportamento dos preços dos produtos químicos no mercado internacional e as cotações das principais matérias-primas básicas do setor, que estão atreladas ao petróleo e ao gás.
No acumulado do 2º trimestre de 2021, na comparação com igual período do ano passado, os volumes apresentam crescimentos expressivos, sobretudo pelo forte impacto da Covid-19 na base de comparação, entre abril e maio de 2020. No 2º trimestre deste ano, o índice de produção subiu 20,27%, o de vendas internas cresceu 20,07%, o CAN apresentou elevação de 18,8%, enquanto as importações tiveram alta de 16,03%, todas as variações em relação aos meses de abril a junho de 2020. O índice de preços teve alta nominal de 44,4% de janeiro a junho de 2021, refletindo as flutuações do mercado internacional, além da valorização do Real, em relação ao dólar, de 3,74% em igual período de comparação.
Para a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o setor químico tem por tradição trabalhar com uma visão de longo prazo. Os investimentos são intensivos em capital e geralmente entre a decisão e a efetivação das plantas decorre um espaço aproximado de cinco anos. A demanda vem se mantendo aquecida por insumos utilizados no combate, na prevenção e no tratamento da Covid-19, como produtos para tratamento de água, produtos de limpeza, sanitizantes, gases medicinais, descartáveis hospitalares, embalagens de alimentos, detergentes/desinfetantes, medicamentos, entre tantos outros. “Esse fato enfatiza a necessidade de se estimular a atividade química no País, como fazem diversos outros países, diminuindo a dependência por produtos importados. Não há país desenvolvido sem uma química forte na sua base industrial. A química gera valor e esse valor sempre tem um efeito multiplicador importante em renda, emprego e impostos.”
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