ABREN DIZ QUE RECUPERAÇÃO DE RESÍDUOS PODE ATRAIR INVESTIMENTOS DE R$ 40 BILHÕES ATÉ 2040 NO BRASIL
A recuperação energética de resíduos, que transforma o lixo não reciclável em energia, já está sendo bastante utilizada em diversos países, mas ainda engatinha no Brasil. Enquanto há mais de 2,5 mil usinas de recuperação energética (URE) em todo o mundo, o nosso país ainda constrói sua primeira unidade do tipo, em Barueri (SP), com 20 MW de potência instalada e início de operação previsto a partir de 2025. Para a Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN), esse cenário deve mudar nos próximos anos, devido principalmente às metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares).
A entidade lembra que o plano prevê o total de 994 megawatts (MW) de potência instalada até 2040 a partir de resíduos, o que demandaria um investimento, público, privado ou misto, de aproximadamente R$ 40 bilhões. “Atualmente há dez projetos de UREs em andamento no Brasil, que irão gerar 10 bilhões de investimentos. Para 2023, especificamente, temos a expectativa de que sejam investidos mais de R$ 4 bilhões em aportes nas URE Mauá (80MW), URE Caju (31MW) e URE Consimares (20MW), caso esses empreendimentos vençam os próximos leilões A-5 ou A-6, que serão promovidos pelo Governo Federal”, disse o presidente da ABREN, Yuri Schmitke.
Com a efetivação dos investimentos e a entrada dessas usinas em operação, entre 2027 e 2028, as plantas teriam capacidade de tratamento de mais de 5 mil toneladas por dia de lixo urbano, ou 1,8 milhões de ton/ano. Atualmente, o Brasil gera por ano cerca de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU). Desse montante, quase metade (38 milhões de toneladas) pode ser transformado em energia, considerando-se as 28 regiões metropolitanas do país com mais de 1 milhão de habitantes.
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