AÇÃO EM NOVA YORK E CONTRATO DE EMPREITEIRA COM JOSÉ DIRCEU COMPLICAM AINDA MAIS A VIDA DA PETROBRÁS | Petronotícias




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AÇÃO EM NOVA YORK E CONTRATO DE EMPREITEIRA COM JOSÉ DIRCEU COMPLICAM AINDA MAIS A VIDA DA PETROBRÁS

JOSE DIRCEUDeve estar difícil chegar para trabalhar na Petrobrás, tamanha a quantidade de notícias negativas que não param de surgir. A última é sobre uma ação coletiva proposta pelo escritório de advocacia americano Wolf Popper, instaurada em um tribunal de Nova York, contra a estatal brasileira, acusando a empresa de enganar investidores e não revelar o esquema multibilionário de corrupção e lavagem de dinheiro. Em paralelo a esse novo fator, a descoberta de um contrato da Camargo Corrêa com a consultoria do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (foto), condenado pelo envolvimento no mensalão, complica ainda mais a caminho da Petrobrás.

Em relação à ação proposta nos Estados Unidos, o escritório de advocacia alega que a Petrobrás emitiu declarações falsas e enganosas aos acionistas, e a acusa ainda de ter exagerado o valor de seus ativos no balanço, por conta do superfaturamento de contratos.

O escritório usa como argumento também a forte desvalorização dos recibos de ações da petrolífera (os American Depositary Receipts, ou ADRs), negociados na Bolsa de Nova York, ressaltando que eles caíram de US$ 19,38, em 5 de setembro, para US$ 10,50 em 24 de novembro, uma queda de 46%. A situação ainda piorou nos dias seguintes ao documento ser protocolado, já que na segunda (8) a cotação atingiu US$ 8,23. A ação afirma que a companhia violou artigos da Securities Exchange Act, legislação que rege as companhias de capital aberto nos EUA, e tenta enquadrar a Petrobrás na lei anticorrupção americana.

Já em relação ao contrato do ex-ministro José Dirceu com a Camargo Corrêa, trata-se de um documento assinado em 21 de fevereiro de 2010, prevendo a prestação de consultoria na “integração dos países da América do Sul” e análise de aspectos sociológicos e políticos do Brasil. Também incluía a divulgação do nome da empresa dentro e fora do Brasil, palestras e participação em conferências, além de estar à disposição da empreiteira sempre que solicitado para os serviços mencionados. O contrato, marcado como sigiloso, previa o pagamento de R$ 75 mil por mês, sendo que os comprovantes apreendidos mostram que a JD Assessoria recebeu R$ 886,5 mil, com o primeiro pagamento retroativo, equivalente a três meses de consultoria.

Durante as investigações, o ex-diretor de serviços da estatal Renato Duque, preso até agora no Paraná, foi apontado pela Polícia Federal como uma das peças-chave do esquema de corrupção na Petrobrás, e o ex-diretor Paulo Roberto Costa já havia afirmado que Duque tinha sido indicado por José Dirceu para o cargo na companhia. Além disso, Costa afirmou, em depoimentos à Justiça, que o dinheiro desviado pela diretoria de serviços era direcionado em parte para o PT.

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