ACIDENTE DE FUKUSHIMA E NECESSIDADE DO JAPÃO, TRANSFORMAM O MERCADO MUNDIAL DE GÁS
Os Estados Unidos se preparam para aumentar as exportações dos seus já elevados suprimentos de gás natural, no momento em que o panorama do mercado mundial está sendo transformado pelo Japão, que passou a reduzir sua dependência da energia nuclear, depois do acidente de Fukushima. O Japão produz menos de 4% do gás que consome e precisa importar o restante por navio, um processo caro e complexo. O país tem agora apenas três dos seus 54 reatores nucleares em funcionamento, com o último deles destinado a cessar as operações em abril ou maio. O governo ainda não definiu uma data para reiniciar as operações. A América do Norte está vivendo a primeira onda de projetos cujo alvo é vender o gás natural recém-descoberto para o Japão e outros países da Ásia. Na Austrália, a japonesa Inpex Corp. e a francesa Total deram sinal verde em meados de janeiro para um plano de US$ 34 bilhões para desenvolver um dos maiores campos petrolíferos marítimos do mundo. Até em Moçambique há empresas japonesas comprando os direitos para explorar gás natural, com vistas ao mercado doméstico. As companhias elétricas japonesas já aumentaram suas importações de gás natural em cerca de US$ 7,5 bilhões nos três últimos trimestres de 2011. Essas importações, juntamente com interrupções na produção industrial causadas pelo terremoto, ajudaram a empurrar o Japão para o seu primeiro déficit comercial em mais de três décadas. A crescente demanda pelo gás natural em todo o mundo coincide com uma transformação do mercado americano para esse combustível, graças ao aproveitamento do gás em formações de xisto há muito inexploradas. As autoridades de Washington esperam que os EUA se transformem em exportador líquido de gás natural ao longo dos próximos anos. Os exportadores podem aproveitar uma enorme diferença de preço. Nos EUA o gás natural custa cerca de US$ 2,50 por milhão de BTUs (unidades térmicas britânicas). O preço no Japão para a mesma quantidade de energia é de US$ 16.
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