ACIDENTE PROVOCADO PELA CHEVRON NA BACIA DE CAMPOS, PODERIA TER SIDO EVITADO, DIZ POLÍCIA FEDERAL | Petronotícias




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ACIDENTE PROVOCADO PELA CHEVRON NA BACIA DE CAMPOS, PODERIA TER SIDO EVITADO, DIZ POLÍCIA FEDERAL

A Polícia Federal e o Ministério Público afirmam que os 17 executivos e funcionários da Chevron e da Transocean, impedidos de deixar o Brasil pela Justiça Federal, poderiam ter evitado vazamento de óleo na Bacia de Campos se não tivessem insistido em perfurar o poço no campo de Frade com pressão superior à tolerada pelo solo. O envolvimento direto ou indireto desses executivos na perfuração foi o principal argumento do MP para obter a apreensão de seus passaportes. O nome de George Buck, presidente da Chevron, lidera a lista dos executivos que tiveram os passaportes apreendidos. Guilherme Dantas Rocha Coelho, diretor-geral da Transocean, contratada para perfurar o poço onde houve um vazamento em novembro, é outro que também teve o passaporte apreendido. O documento do MP cita as responsabilidades dos 17 funcionários envolvidos. O inglês Brian Mara, sondador da Transocean, por exemplo, revela o relatório, deixou de realizar procedimentos existentes para a contenção do vazamento. Em novembro, houve vazamento de 2,4 mil barris de petróleo no Frade. No dia 4 deste mês, foi detectada nova mancha de óleo, a três quilômetros do local anterior. De acordo com a Marinha, a extensão do derramamento chegou a um quilômetro. Foram identificados uma fissura de 800 metros e o afundamento do solo do oceano. Segundo o documento do MP, que teve por base relatório da PF, a causa do primeiro acidente ocorreu por insistência de Chevron e Transocean em perfurar com pressão de 9,5 libras por galão, ultrapassando o limite suportável pela parede do poço. Estudos geológicos indicavam que o campo tinha pressão limite de 9,4. O poço não suportou e vazou óleo para o oceano. O segundo vazamento, agora em março, seria uma decorrência do primeiro, segundo especialistas. Eles injetaram uma pressão absurda em cima de um reservatório que não aguentava. Este poço não podia e não devia ter sido perfurado por causa das condições ali presentes, as paredes do poço não aguentavam a pressão que seria suficiente para controlar o reservatório de petróleo, mas ao que tudo indica a ganância fez com que se pusesse em prática o risco proibido, segundo o delegado Fábio Scliar, responsável pelo caso. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou que, na última semana, encontrou cinco pontos de vazamento de pequenas gotas de óleo na rachadura no solo marinho. A identificação dos locais por onde está vazando petróleo foi feita por filmagens submarinas da Chevron. O diretor de Assuntos Corporativos da petrolífera, Rafael Jaen, informou que foram instalados nesses pontos equipamentos de segurança que absorvem as bolhas (cerca de sete por dia), os mesmos utilizados no acidente de novembro. Jaen explicou que a mancha de óleo no local é equivalente a 1,5 litro, menor do que a de cinco litros informada inicialmente. Foi criada uma equipe de 30 técnicos, formada por geólogos, geofísicos, engenheiros de petróleo das três empresas que integram o consórcio do campo: Chevron, Petrobras e Japão Frade. A equipe fará estudos para descobrir o que provocou a segunda fissura.

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