ACIONISTAS DA PETROBRÁS PODEM FICAR SEM DIVIDENDOS POR MAIS UM ANO

O alto nível de endividamento da Petrobrás e o resultado negativo do terceiro trimestre deste ano estão deixando os acionistas da empresa preocupados mais uma vez. As análises que vêm sendo feitas em relação aos números da empresa indicam que a chance de não haver pagamento de dividendos pelo segundo ano consecutivo está crescendo.

As perdas dos últimos três meses, anunciadas em quase R$ 3,8 bilhões, somam-se ao grande volume de dívidas acumuladas e aos valores em disputa judicial, que podem acabar sendo descontados do balanço do último trimestre do ano. Com isso, a probabilidade de não sobrarem recursos para serem distribuídos aos acionistas vem aumentando.

Um dos números que mais assusta o mercado e os investidores com recursos aplicados na estatal é o crescimento da dívida, que subiu 24% no trimestre, influenciada pela alta do dólar, chegando ao total líquido de R$ 402 bilhões, o que representa 5,2 vezes o Ebitda da companhia.

Para lidar com a questão, a Petrobrás reduziu novamente o pano de investimentos deste ano, de US$ 25 bilhões para US$ 23 bilhões, e vem tentando manter um maior volume de recursos em caixa, para a quitação das dívidas. Segundo a estatal, neste balanço o caixa era de R$ 100 bilhões, mas ainda assim ela vem negociando novas linhas de crédito.

De acordo com o diretor financeiro da empresa, Ivan Monteiro (foto), a Petrobrás recebeu ofertas de crédito somadas em US$ 25 bilhões nos últimos meses, mas ainda está avaliando se será necessário assinar algum dos novos empréstimos.