AÇOTUBO VAI INVESTIR R$ 24 MILHÕES EM AMPLIAÇÃO E MODERNIZAÇÃO ESTE ANO

Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) – 

Fundado em 1974, o atual Grupo Açotubo é um dos maiores distribuidores do mercado siderúrgico brasileiro no segmento de barras de aço e tubos de aço carbono, e vem realizando importantes mudanças internas nos últimos anos. Em 2011, a empresa apresentou ao mercado a decisão de unificar as marcas que compõe o grupo, de forma que as divisões Incotep (aços trefilados e peças) e Artex (aços inoxidáveis) passaram também a se denominar como divisões da Açotubo. Em 2012, surgiu sua mais recente divisão, a Açotubo Conexões, e a meta de investir forte na ampliação dos negócios. Para conhecer melhor o Grupo Açotubo e saber o andamento das novas medidas, entrevistamos José Antonio Ribamar Bassi, diretor comercial. Ele explica que, dos R$ 40 milhões de investimento previstos para o biênio 2012/2013, cerca de R$ 16 milhões já foram aplicados. Os demais R$ 24 milhões serão aplicados até o fim deste ano, para a ampliação e modernização dos serviços.

Quem é o Grupo Açotubo?

O Grupo Açotubo fez 39 anos em fevereiro de 2013. Tem um faturamento de R$ 850 milhões e conta com as seguintes divisões: Aços Inoxidáveis, Tubos Trefilados e Peças e a Divisão de Tubos e Aços voltados para petróleo e gás. Todo o nosso produto é aplicado onshore e offshore – line pipe e tubos sob a norma API (American Petroleum Institute), com 100% de conteúdo nacional. Nós não trabalhamos com produtos importados, e nossos trabalhadores são todos brasileiros.

O grupo tem capital aberto?

O grupo é uma sociedade Ltda. Desde a fundação da companhia os sócios são os mesmos, e o grupo já vem preparando a segunda geração de gestores, que está voltada para a própria família: são os herdeiros dos sócios, todos engajados nessa área. O grupo conta com três sócios, que são atuantes na empresa até hoje. Pensamos também em constituir um conselho para dar apoio aos novos gestores, nos próximos anos.

Qual é o mercado do Grupo Açotubo?

Fornecemos produtos para os epecistas, todas as companhias de Óleo&Gás do Brasil e para a Petrobrás. Também fornecemos serviços e soluções mediante uma companhia dentro do grupo: a Açotubo Serviços, que presta serviços há três anos ao próprio Grupo Açotubo. Dentro de Serviços, temos a Divisão de Conexões. Na área de tubo para Óleo e Gás temos serviços como cortes especiais, biseis, boca de lobo e também corte a laser de chapas inox, do qual se serve nossa Divisão de Inox.

Qual é a aplicação das chapas inox?

A função das chapas inox é servir desde a tubificação (piping), em que se fazem tubos a partir de “tirinhas” de aço, até a construção de tanques para petróleo e derivados como diesel e querosene.

Em 2012, o Grupo Açotubo unificou a área de vendas, visando aprimorar os negócios. Os objetivos iniciais têm sido alcançados?

A mudança é ainda muito recente – faz apenas quatro meses –, mas os benefícios estão sendo vistos pela comunicação mais eficiente entre os pares. Além disso, estamos vendo que nessa unificação vamos ganhar mais competitividade. É importante destacar que ela ocorreu apenas em São Paulo (matriz), já que cada filial nos demais estados tem seu departamento específico. Cada filial é independente e tem seu gerente, com seu departamento de vendas. Mas é um projeto que será implantado nas filiais: até 2014, as áreas vão se chamar Açotubo Divisão Trefilados e Peças, em vez de Incotep, e Açotubo Divisão de Aços Inoxidáveis, no lugar de Artex. Vamos fundir as marcas para deixar o nome mais forte.

Em 2012, vocês anunciaram R$ 40 milhões em investimentos até o fim de 2013. O planejamento permanece?

Continua a meta de investir R$ 40 milhões até o fim deste ano. Desde 2012, já foram investidos cerca de R$ 16 milhões. Com essa quantia, erguemos um novo Centro de Distribuição de Minas Gerais – que nos consumiu grande parte desse capital –, investimos em alguns produtos especiais dentro da Açotubo Divisão Aços Inoxidáveis (Artex), adquirimos alguns tipos de máquinas mais modernas e mais eficientes dentro da área de serviços (ou acrescentamos máquinas para incrementar nossos serviços). Além disso, fizemos investimentos na divisão de conexão de aço carbono, que é só logística de distribuição e serviços, o que consumiu cerca de R$ 3 milhões para estocagem de produtos.

Como serão aplicados os demais R$ 24 milhões?

Os R$ 24 milhões restantes estarão no incremento de um novo galpão em Guarulhos (SP), na modernização da área de serviços e na ampliação de estoques, tanto para a Açotubo Divisão de Inox quanto para a Divisão de Conexões.

Quais são as expectativas do Grupo Açotubo com as rodadas de licitação este ano?

O setor de Óleo & Gás não pode ficar pior, porque está muito ruim. Esperamos que o setor tenha um incremento de pedidos e nós pretendemos ter maior demanda dos epecistas e da Petrobrás.

Quais são os parceiros do Grupo Açotubo?

Temos parceiros que são muitos ligados a nós, tais como a Vallourec Mannesman, Tenaris-Confab, Gerdau, Uniforja, Aperam (do grupo Mittal). Parte dos investimentos que estamos fazendo nessas plantas são para atender um projeto chamado Aços para petróleo, que está dentro daquele orçamento de R$ 24 milhões. Há 39 anos a Açotubo se relaciona com todas essas empresas, com exceção da Uniforja, com quem lidamos há cinco anos. Para efetivar nossa linha de aço para petróleo, fomos procurar os fornecedores diretos da Petrobrás, e encontramos com algumas empresas líderes de mercado – como FMC, Drill-quip, Cameron, Aker Solutions, entre outras. Em todas elas fomos aprovados para vender aços para petróleo, especiais para cabeça de poços. O aço já vem preparado da Gerdau para o setor de petróleo. Nós armazenamos, cortamos, damos o tratamento térmico, pré-usinamos e vendemos para essa cadeia, fazendo a logística para essas empresas.