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ADVOGADAS DE IMIGRAÇÃO APONTAM NOVAS OPORTUNIDADES PARA EMPRESAS E TALENTOS BRASILEIROS NO SETOR DE PETRÓLEO E ENERGIA DOS EUA

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Um trio de advogadas nascidas no Brasil, Venezuela e República Dominicana conseguiu se estabelecer com sucesso nos Estados Unidos e agora auxilia empresas e talentos brasileiros a ingressarem no mercado norte-americano. O escritório Canero Fadul Reis Law (cfrlawbrasil.com.br)  é liderado pelas sócias Michelle Canero, Mirtha Fadul e Maria Eduarda Reis, que trazem em suas trajetórias a experiência de já terem passado pelo processo de imigração para os EUA. Com mais de 25 anos de atuação, o escritório registra uma taxa média de aprovação de 93% nos pedidos de vistos de trabalho e investimento. Apesar das mudanças recentes na concessão de vistos desde o início do governo de Donald Trump, há diversas oportunidades para profissionais e empresas brasileiras  do setor de petróleo e energia que queiram entrar nos EUA. “Existem muitos caminhos. O momento é favorável para investidores e profissionais explorarem essas possibilidades”, explicou Maria Eduarda Reis (foto principal). “Setores como energia, óleo e gás, tecnologia financeira e as áreas de STEM contam com incentivos. Para esses profissionais e para as empresas que querem investir e contribuir com a economia americana, as portas seguem abertas”, acrescentou.

Para começar, poderia falar rapidamente um pouco sobre a sua própria trajetória pessoal? Você se formou em direito nos Estados Unidos e está atuando nesse mercado. Como tem sido a experiência até aqui?

Michelle Canero, Mirtha Fadul e Maria Eduarda Reis: sócias investiram na carreira no mercado dos EUA e hoje auxiliam outros brasileiros que querem trilhar essa jornada

Michelle Canero, Mirtha Fadul e Maria Eduarda Reis: sócias fizeram carreira nos EUA e hoje auxiliam outros brasileiros que querem trilhar essa jornada

Eu nasci e fui criada no Brasil. Dos meus 10 aos 18 anos, joguei tênis profissional, mas sofri uma lesão e, infelizmente, não consegui seguir a carreira nas quadras. Ainda assim, o esporte abriu muitas portas. Vim fazer faculdade nos Estados Unidos jogando tênis e, nesse período, conheci o Direito e me encantei. Estudei por oito anos até conseguir meu diploma na Universidade de Miami. Assim que me formei, defini como missão pessoal me estabelecer nos EUA.

Fiz o meu próprio processo. Tinha acabado de me formar e consegui meu Green Card através do visto EB2 com Isenção de Interesse Nacional (NIW), que é muito buscado por brasileiros hoje. A partir daí, me tornei sócia de um escritório de renome em Miami, me estabeleci no país e passei a enxergar que poderia usar essa experiência para ajudar outras pessoas, especialmente brasileiros, a terem a mesma oportunidade.

Há quanto tempo o escritório atua no mercado?

O escritório Canero Fadul Reis Law foi fundado há mais de 25 anos pela Michelle Canero e sua mãe, Antônia Canero. Após a aposentadoria da Antônia, a Mirtha Fadul se tornou sócia, e depois eu também passei a integrar a sociedade. Todas temos licenças aqui nos Estados Unidos, o que é um diferencial. 

Trata-se de um escritório tradicional na área de imigração, com uma trajetória longa nesse campo e reconhecido como um dos mais renomados em Miami. A cidade é muito receptiva para imigrantes e o mercado americano depende fortemente dessa mão de obra, com incentivos que refletem a importância dos imigrantes para a economia.

O governo Trump está impondo regras mais duras em relação à imigração. Como está o processo imigratório para o país nesse novo cenário?

EUA-Estados-Unidos-1Muitas notícias destacam o endurecimento da nova administração, mas a imigração legal continua funcionando. Existem diversas opções para brasileiros e outros profissionais que desejam vir para os Estados Unidos. Este governo valoriza especialmente a vinda de profissionais qualificados e de empreendedores que pretendem expandir seus negócios no país.

Embora seja uma administração reconhecida por criar regulações mais rígidas, o foco principal está na imigração ilegal. No âmbito legal, ainda há muitas oportunidades, sobretudo para mão de obra qualificada e especializada. Setores como energia, óleo e gás, tecnologia financeira e as áreas de STEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) contam com incentivos. Para esses profissionais e para as empresas que querem investir e contribuir com a economia americana, as portas seguem abertas.

Você mencionou Miami como um local atrativo e receptivo. De que forma a cidade tem oferecido oportunidades para empresas estrangeiras, especialmente nos setores de óleo, gás e energia?

Miami

Miami

A cidade reúne um ecossistema de capital e uma forte estrutura logística, tanto aérea quanto portuária. É um ambiente muito receptivo, especialmente para as áreas de óleo, gás, energia, logística e serviços corporativos.

Nos últimos anos, principalmente durante a pandemia, Miami se consolidou como um centro de negócios. A Flórida oferece impostos competitivos e a mão de obra multicultural impulsiona o crescimento do mercado. Há muitas vantagens em implementar uma empresa aqui, seja pela disponibilidade de talentos, pelo custo operacional ou pelo acesso a clientes e mercados estratégicos.

Outro local que merece destaque é o estado do Texas. Ele faz parte da cadeia completa de energia e engenharia, oferece benefícios significativos e é de fácil acesso.  Temos observado um movimento expressivo de empresas de óleo, gás e energia se estabelecendo por lá também.

Quais são os principais benefícios para a empresa que gostaria de abrir operação no setor de óleo, gás e energia dos EUA?

Quando uma empresa se estabelece nos Estados Unidos, passa a operar em um ambiente regulatório sólido, previsível e respeitado internacionalmente. Isso gera credibilidade imediata junto a investidores, bancos e parceiros globais, o que muitas vezes representa um desafio quando a operação está restrita à América Latina.

O país conta com um ecossistema robusto de fundos, bancos, private equity e investidores especializados em energia e infraestrutura. Além disso, a localização estratégica é um diferencial. Houston, por exemplo, é conhecida como a capital mundial do setor de energia, reunindo toda a cadeia de fornecedores, tecnologias, universidades e centros de pesquisa.

Vários estados ainda oferecem incentivos para atrair empresas de energia, como redução de impostos, crédito fiscal para inovação e programas de transição energética bastante inovadores. A expansão global e a competitividade também são ganhos importantes. Estar nos Estados Unidos hoje significa estar no centro do mundo, com acesso ao maior mercado consumidor e mais competitividade no cenário internacional.

Como o escritório ajuda uma empresa ou profissional que queira entrar nesse mercado?

petroleo1Nós três, as sócias, também somos imigrantes e passamos legalmente por processos semelhantes aos que existem hoje. Por isso, conseguimos nos colocar muito no lugar de quem busca migrar. O primeiro passo é sempre conversar e entender a história e os objetivos de cada cliente.

A partir daí, acompanhamos todo o processo. Auxiliamos na definição da estrutura corporativa, na análise de mercado para identificar o estado mais adequado, na estruturação e abertura da empresa, na obtenção de licenças e também em questões imobiliárias, como aluguel ou compra de um espaço. 

Um ponto essencial é garantir que executivos, gerentes e profissionais especializados possam liderar e desenvolver a operação nos Estados Unidos. Estruturas de visto como o L1, voltado para transferência de executivos e gerentes, ou o visto O, destinado a profissionais de ciências e negócios, permitem viabilizar essa transição, trazendo segurança para as empresas e oportunidades para os profissionais.

Quais as diferenças entre pequenas e grandes empresas que desejam entrar no mercado americano?

tipos-de-visto-americanoPara as empresas menores, o maior desafio é demonstrar que o negócio é viável e sustentável. É preciso trabalhar com bastante cuidado o plano de negócios e a estrutura. A legislação prevê provisões específicas para esse perfil, conhecidas como New Office, mas o processo exige credibilidade inicial e sustentabilidade financeira comprovadas. Por isso, um acompanhamento próximo e uma estruturação sólida desde o início são fundamentais.

No caso das empresas maiores e mais consolidadas, o cenário é diferente. Elas costumam ter histórico global, balanços robustos e contratos internacionais. O principal desafio acaba sendo interno: estruturar a relação entre a matriz e a subsidiária, organizar as operações, definir o organograma executivo e alinhar os requisitos de governança.

Falamos bastante do ponto de vista das empresas. Agora, olhando para o profissional qualificado do setor de óleo e gás que queira tentar a carreira nos Estados Unidos, quais são os principais caminhos para conseguir um visto ou autorização?

Texas

Texas

Existem diferentes caminhos que variam conforme a qualificação do profissional. O primeiro passo é entrar em contato conosco e enviar um currículo detalhado com todas as qualificações. A partir disso, fazemos uma análise e identificamos os tipos de visto mais adequados para cada caso. Hoje existe um verdadeiro ‘alfabeto de vistos’, e a escolha é sempre individualizada.

Para profissionais de óleo e gás, há duas rotas principais. Se o profissional trabalha em uma empresa no Brasil que também possui operação nos Estados Unidos, é possível explorar o visto L1, voltado para transferência de gerentes, executivos ou profissionais com conhecimento especializado. Já para quem deseja vir por conta própria, uma alternativa bastante utilizada é o visto EB2 com Isenção de Interesse Nacional, que pode levar ao Green Card e é especialmente interessante para quem atua na área de energia ou óleo e gás. Nosso trabalho é avaliar o perfil do candidato e sugerir os caminhos mais adequados. 

Para encerrar, qual é a principal janela de oportunidade para empresas e profissionais brasileiros nos próximos anos no mercado dos Estados Unidos?

52135407906_56bdd43e2d_oA administração atual dos EUA tem incentivado brasileiros a investirem e abrirem empresas no país, criando boas oportunidades para microempreendedores e profissionais qualificados.

Há opções como o visto L1 New Office e o visto E2 de Investimento — agora também acessível a quem tem nacionalidade portuguesa. Há ainda os vistos O, EB1 para Habilidades Extraordinárias e o EB2 de Isenção de Interesse Nacional, que são especialmente interessantes para quem atua em energia.

Existem muitos caminhos. O momento é favorável para investidores e profissionais explorarem essas possibilidades.

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