AE SOLAR PREVÊ CRESCER 100% NESTE ANO E PREPARA LANÇAMENTO DE MÓDULO BIFACIAL PARA O AGROVOLTAICO
A fabricante alemã AE Solar está com muitos planos de expansão no Brasil. O otimismo com o país se dá pelo atual momento do setor fotovoltaico em 2023. O diretor geral da AE Solar para a América Latina, Ramon Nuche, lembra que a fonte já corresponde a 15% da matriz elétrica do Brasil e tende a continuar em crescimento, especialmente por conta da expansão da geração distribuída. “Apesar das mudanças de regras de transição para a cobrança de alguns impostos, a geração distribuída cresceu 26% no primeiro trimestre do ano. E, normalmente, o que vemos no histórico de anos anteriores, é que o país deve chegar a cerca de 80% de crescimento”, projetou. O executivo explica que a atuação principal da companhia Brasil é em geração distribuída, tanto em projetos para locação como na distribuição. A expectativa da AE Solar é crescer na faixa de 100% neste ano em relação a 2022. A empresa também está preparando novos lançamentos para o mercado brasileiro, incluindo um módulo bifacial focado no mercado agrovoltaico. “A nossa expectativa é que possamos comercializar esse produto já no início do próximo ano. O agro é um dos mercados que está puxando o crescimento da geração distribuída com bastante relevância”, afirmou.
O ano de 2023 tem sido marcado por uma expansão considerável no setor fotovoltaico no Brasil. Como a empresa está enxergando esse momento do segmento no país?
Esse é um momento muito importante para o Brasil. Grande parte dos produtos fotovoltaicos são fabricados na China. E quando olhamos para as exportações chinesas, o Brasil é o segundo maior mercado, perdendo apenas para a Europa. Então, o Brasil virou um grande protagonista, puxado principalmente pela geração distribuída. Apesar das mudanças de regras de transição para a cobrança de alguns impostos, a geração distribuída cresceu 26% no primeiro trimestre do ano. E, normalmente, o que vemos no histórico de anos anteriores, é que o país deve chegar a cerca de 80% de crescimento. Isso porque o segundo semestre é sempre mais relevante nesse movimento de crescimento da energia solar.
Para a AE Solar, o Brasil é um dos mercados mais importantes. Estamos em mais de 100 países com distribuidores da nossa marca e o Brasil é um dos países mais relevantes dentro desse contexto. A geração distribuída no Brasil segue acelerando e ganhando atratividade. É um investimento que fica cada vez mais vantajoso para o cliente final. Interessante notar ainda que houve um movimento interessante de queda de preço nos módulos fotovoltaicos desde dezembro. Ou seja: está mais barato instalar um sistema fotovoltaico em 2023. A fonte solar está mais vantajosa neste ano. Essa é a cena que estamos enxergando e isso tende a acelerar ainda mais o crescimento da solar fotovoltaica aqui no país.
O novo marco legal da geração distribuída tem afastado consumidores da energia solar fotovoltaica? Qual tem sido o impacto dessas novas regras no setor?
O impacto para o consumidor final é muito pequeno e somente para quem está no grupo B [consumidores de baixa tensão]. Quando olhamos para o grupo A [consumidores de alta tensão], percebemos que houve melhorias. Antes, era necessário que o cliente do grupo A com demanda contratada aumentasse a demanda consumo para poder ter um sistema fotovoltaico de potência superior à demanda contratada. Hoje, isso pode acontecer por demanda geração, que é 50% mais barata do que a demanda consumo. Então, mesmo com as mudanças após o Marco Legal, a geração distribuída ainda é uma solução muito atrativa e vai seguir assim por vários anos aqui no Brasil.
Qual a expectativa de crescimento da empresa nos próximos meses no Brasil?
A expectativa da AE Solar é crescer na faixa de 100% neste ano em relação a 2022. Nossa atuação principal no Brasil é em geração distribuída, tanto em projetos para locação como na distribuição. Estamos vendo esse mercado com bons olhos. Hoje, quando você olha a matriz energética do Brasil, a fonte solar já é a segunda maior fonte de energia do país, puxada principalmente pela geração distribuída. Estamos falando de quase 15% da matriz energética brasileira que, hoje, é de fonte solar.
Quais são os planos de expansão da AE Solar no mercado brasileiro?
O Brasil é muito importante para a AE Solar e temos uma estrutura comercial no país dedicada ao crescimento dos nossos negócios. A nossa estratégia segue sendo expandir em geração distribuída, principalmente no segmento de distribuição. Nossa meta é fortalecer as parcerias existentes e buscar novas parcerias no mercado de distribuição fotovoltaica. Essa é a base da nossa estratégia no país.
Desde o ano passado, eu também estou com a responsabilidade sobre a região da América Latina. Estamos com algumas incursões em países muito importantes, como a Colômbia e México, que também estão ganhando relevância dentro do nosso share de vendas no mundo.
Qual o peso do Brasil para as operações da AE Solar?
A AE Solar é uma empresa alemã, que possui fábricas na Europa e na Ásia. O Brasil é o segundo maior mercado para AE Solar, atrás apenas da Europa. A ideia é que a América Latina, como um todo, ganhe mais relevância dentro desse contexto. O Brasil é a locomotiva da América Latina falando em termos de energia solar. É, de longe, o país mais relevante.
Quais são as novidades que a empresa pretende apresentar para o mercado brasileiro?
A AE Solar já tem uma linha muito ampla de produtos no Brasil. Temos a linha de tecnologia PERC, que é o nosso produto Aurora. Esse é o produto mais vendido e com melhor custo-benefício. Uma segunda linha, que é uma evolução do PERC, é a tecnologia TOPCon – que garante mais eficiência e mais durabilidade para a geração, além de possuir um fator de bifacilidade maior.
Ainda falando da TOPCon, ela possui a célula de heterojunção, que é uma mistura de silício cristalino com silício amorfo. É uma tecnologia que garante ainda mais bifacilidade e eficiência. Além disso, o mais interessante é que essa linha tem uma melhor performance de geração de energia em relação à temperatura ambiente. Isso significa que em temperaturas extremas, é possível gerar mais energia com a mesma potência nominal. Quando olhamos para o custo nivelado de energia em uma usina que visa a performance, essa é uma solução muito atrativa.
Outra novidade é que estamos lançando um produto focado para o agronegócio, chamado Terra. Inicialmente, ele dispõe da tecnologia PERC, mas a ideia é evoluir essa linha também com a tecnologia TOPCon nas células. Esse produto tem algumas características importantes quando trabalhamos com o agrovoltaico. A disposição das células do Terra faz com que você tenha menos estresse mecânico no centro do painel, evitando ao longo do tempo que a carga do vento cause microfissuras. A nossa expectativa é que possamos comercializar esse produto já no início do próximo ano.
O agro é um dos mercados que está puxando o crescimento da geração distribuída com bastante relevância. Quando falamos de usos da terra, a geração de energia fotovoltaica a partir de um sistema de geração distribuída é uma fonte de receita diferente, contínua e de maneira sustentável. Muitos negócios nesse sentido estão sendo feitos no agro, especialmente as usinas para locação da geração distribuída compartilhada. É um mercado que ganhou muita relevância e tende a continuar crescendo no país.
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