AEM CAPITAL BUSCA EMPRESAS COM TECNOLOGIA EM ÓLEO E GÁS PARA INVESTIR | Petronotícias




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AEM CAPITAL BUSCA EMPRESAS COM TECNOLOGIA EM ÓLEO E GÁS PARA INVESTIR

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Quando a AEM Capital foi criada, em 2008, o diretor da empresa, Marcelo Müller, já tinha longa carreira na área de investimentos e mais de sete anos como gestor de uma participação na Starfish, que veio a ser vendida em 2009 para a Sonangol. Graduado em engenharia de computação pela PUC-Rio, com pós-graduação em finanças e planejamento estratégico pela Universidade da Pensilvânia, ele trabalhou também na Bain & Company e na Nexo Capital, antes de focar na AEM. De lá para cá, a empresa vem se expandindo com investimentos na área de recursos naturais – principalmente óleo e gás – e pretende crescer apostando em novas tecnologias para o mercado offshore, entre outros projetos. Marcelo é ativo nas companhias em que investe, fazendo parte do conselho da Tridimensional e da Deepflex, além de auxiliar empresas como Frigstad e Largo Resources, e conta que estudam ainda a criação de uma nova petroleira no futuro.

Como começou a AEM Capital?

A AEM é uma gestora de recursos, regulada pela CVM, criada em 2008. Eu e o Antonio Müller já éramos sócios da Starfish, por meio de outro veículo de investimento nosso, desde 2001. Em 2008, criamos a AEM Capital e ela passou a administrar esse veículo de investimento. Em 2009, a Starfish foi vendida para a Sonangol.

Quais são as empresas em que vocês têm investimentos?

Temos 40% de participação na Tridimensional, em que eu faço parte do conselho e estou atuando temporariamente como diretor financeiro, e 30% na Deepflex, em que eu também estou no conselho. Além disso, também temos um pequeno investimento numa empresa de minério em uma mina de Vanádio na Bahia, chamada Largo Resources, e 50% de participação na Frigstad no Brasil.

Qual o foco da AEM Capital?

Empresas do setor de exploração e produção de petróleo e gás, mineração, e cadeia de fornecedores. Olhamos algumas oportunidades no setor elétrico, mas não fizemos nada porque não achamos nada que casasse com nosso perfil até agora.

Quais são os planos da AEM Capital nesses segmentos?

Acho que o mercado de óleo e gás é um mercado global, então nossos planos são buscar de um a dois novos investimentos por ano, em qualquer uma das áreas que elegemos como prioridade.

Que tipos de investimentos?

Queremos investimentos que o mercado brasileiro tenha interesse em consumir e que envolvam tecnologia ou alguma barreira de entrada clara, ou seja, algum diferencial que dificulte outras indústrias a entrarem naquele negócio. Por exemplo, a DPS e a Tridimensional fecharam uma parceria deste tipo. A DPS fabrica separadores de óleo e gás e outras empresas que queiram competir com ela não vão ter essa tecnologia da noite para o dia.

Também têm interesse em empresas daqui?

Claro. Como é um mercado global, o Brasil pode dar escala à produção de uma empresa daqui e depois ela passar a vender para o resto do mundo, desde que tenha um diferencial.

Acredita que o mercado brasileiro tem muitas oportunidades para empresas de fora?

É um mercado interessante. Uma vantagem de trazer empresas para cá é que, em alguns casos, com os grandes planos da Petrobrás, muitos mercados crescerão. Como a Petrobrás tem muita operação offshore e consome muito ativo de tecnologia para essa área, ela abriu muito esse mercado, e continuará abrindo.

Temos visto muitas empresas estrangeiras adquirindo brasileiras para entrar no mercado…

Pois é. Muitas vezes uma companhia estrangeira vem, avalia uma empresa nacional que não tem tanta tecnologia, mas vê que ela tem uma boa equipe, tem um bom relacionamento no mercado local, entende a indústria brasileira, e compra ela pagando um prêmio, como se fosse um pedágio, para entrar no mercado, porque isso agiliza o processo. O nosso racional é buscar as tecnologias interessantes para capturarmos esse ganho, desenvolvendo as empresas aqui sem pagar esse pedágio, já que temos o know-how daqui.

No caso de uma empresa nacional, a ideia de vocês é levá-la para fora também?

O ideal é que a gente possa levá-la para fora, mas vamos acompanhando o investimento e vendo o que faz sentido. Porque o nosso objetivo é criar empresas autossuficientes, lucrativas e que tenham sentido de existência. Mas achamos muito interessante poder trabalhá-las no exterior, porque é um mercado global.

Já têm outras tecnologias em vista?

Sim. Temos uma série de tecnologias mapeadas. Fizemos uma análise do mercado global e nacional antes de investir. Não posso citá-las, mas posso dizer que há algumas do Brasil bem interessantes, que precisam só maturar um pouco mais, além de algumas da Noruega, da Inglaterra, da Escócia e dos Estados Unidos.

Vocês buscam parceiros para os investimentos?

Em todos os investimentos queremos sócios. Sempre temos parceiros. Procuramos sócios de alto valor agregado.

Vocês também prestam consultoria para as empresas em que investem?

Consultoria não, mas somos ativos. Quase sempre fazemos parte do conselho, ajudamos a trazer gente para a empresa, a abrir mercado para ela, a melhorar os relacionamentos dela, além de darmos credibilidade a ela no mercado.

Têm interesse em investir em empresas de exploração e produção, olhando para as novas rodadas?

Talvez. Estamos olhando, mas achamos os blocos da rodada de pequenas empresas pouco interessantes e os da 11ª rodada achamos de muito alto risco, porque são regiões de fronteira. Tem indícios de que a Margem Equatorial será o filé mignon da rodada, mas é para quem tem mais de US$ 1 bilhão para investir, porque tem desafios logísticos, de risco, então não são os ativos ideais para montarmos uma petroleira nova.

Mas vocês pensam em montar uma nova?

Se surgirem os ativos adequados, sim. Se tiverem o perfil de risco adequado, temos total interesse.

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