AEPET CRITICA PRATES, DISCORDA DAS DIRETRIZES DO PLANEJAMENTO DA PETROBRÁS E PEDE MAIS INVESTIMENTOS EM REFINO
Não há consenso sobre as novas diretrizes do Planejamento Estratégico da Petrobrás, apresentadas recentemente pelo presidente da empresa, Jean Paul Prates, e pela nova diretoria da petroleira. Para a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPE), os tópicos apresentados pela direção da companhia estão “na contramão do interesse nacional”. O vice-presidente da AEPET, Felipe Coutinho, lembra que uma das propostas aponta para a adequação e aprimoramento do parque atual de refino. Para o dirigente da associação, isso denota que “não se pretende ampliar o parque de refino ou recuperar as refinarias privatizadas RLAM (BA), REMAN (AM) e LUBNOR (CE)”.
Coutinho cita ainda que as propostas de “foco em produtos de alta qualidade e de baixo carbono” e “uso de matérias primas renováveis e desenvolvimento de produtos sustentáveis” no refino estão em contradição com “os ganhos de eficiência” e o objetivo de “estar entre os melhores refinadores do mundo”, já que os custos da produção do BioQAv e do Diesel Renovável, a partir de óleos vegetais e gorduras animais, são muito maiores que os custos da produção dos seus congêneres, QAv e Diesel, de origem fóssil.
O vice-presidente da AEPET lembra ainda que outra diretriz aponta que os investimentos devem ser financiados pelo fluxo de caixa, ao nível dos pares, e preferencialmente por parcerias. “Fica claro que não se pretende aumentar significativamente os investimentos, com políticas de conteúdo nacional. O alinhamento com os pares sugere a submissão da direção da Petrobrás aos interesses e prioridades das petrolíferas estrangeiras”, avaliou.
Coutinho reforçou ainda que as opiniões e a atuação histórica de Jean Paul Prates são contraditórias e incompatíveis com as políticas defendidas pela AEPET. “Prates foi entusiasta da quebra do monopólio estatal do petróleo exercido pela Petrobrás, no governo FHC, em 1997. Defendeu a privatização da Petrobrás, participou da elaboração da Lei do Petróleo (Lei No 9478/97) e foi redator do Contrato de Concessão. Desde 1991, atuou como empresário e consultor das petrolíferas que pretendiam explorar o petróleo e o mercado brasileiros, através da Expetro Consultoria. São declarações e posições políticas que não se justificam, ou se apagam, em qualquer tempo ou contexto”, ressalta Coutinho.
Por fim, o vice-presidente da AEPET enumera quais são os pontos que deveriam nortear o planejamento estratégico da Petrobrás. O primeiro deles seria uma auditoria das privatizações dos seus ativos e a recuperação da BR Distribuidora, das malhas de gasodutos da NTS e da TAG, das refinarias RLAM (BA) e REMAN (AM), das distribuidoras de GLP (Liquigás) e de gás natural (Comgás).
Outro ponto destacado pela associação é a conclusão do segundo trem da RNEST (PE), do COMPERJ (RJ) e a ampliação do parque de refino. A AEPET defende ainda a retomada e o aumento da produção de fertilizantes, biodiesel e etanol. Além disso, a entidade pede a integração vertical com maior participação e operação de unidades petroquímicas.
A associação também sugere a alteração da política de preços com o fim dos Preços Paritários de Importação (PPI), adotando preços justos e competitivos, abastecendo o mercado brasileiro aos menores custos possíveis. Por fim, a entidade recomenda a elevação dos investimentos com a adoção de políticas de conteúdo nacional e substituição de importações, bem como a criação de um plano nacional de pesquisa e desenvolvimento em energias potencialmente renováveis, sob a liderança da Petrobrás.
Reverter todas as privatizações, todas, tendo a Petrobras como a primeira a ser renacionalizada, ter um MINISTÉRIO DE DESPRIVATIZAÇÃO, REESTATIZAÇÃO. O pária Guedes tinha uma secretaria de desinvestimento, uma aberração.