ASSOCIAÇÃO DE ENGENHEIROS DA PETROBRÁS QUER RESPONSABILIZAR CASTELO BRANCO POR NEGÓCIOS QUE DERAM PREJUÍZO À EMPRESA
O ex-presidente da Petrobrás Roberto Castello Branco não deixou apenas um legado sem glórias enquanto esteve à frente da companhia. Ele causou também uma insatisfação generalizada. Carinho mesmo, só daqueles que ele beneficiou diretamente com empregos e também dos que se aliam mais ao poder do que às pessoas. Seus olhos fechados para as perseguições e as demissões de funcionários formados pela empresa, causaram dor e revolta interna. Esses empregados tiveram que ir para casa humilhados, levando embora a memória técnica da petroleira, sem tempo de passar a experiência que conseguiram através dos anos para os mais jovens. Nem mesmo o apelido de Chacrinha, que recebeu dos funcionários, em reação ao descontentamento, o demoveu de algumas ações que nem petroleiros e nem engenheiros da companhia aprovaram. A diretoria parecia uma ilha isolada, sem pontes. Não precisava ter estudado tanto tempo ou orgulhar-se de ser professor para encontrar uma “solução” simples e sem criatividade para a Petrobrás. Parece que a única imaginação que teve, foi vender os ativos valiosos da companhia a qualquer custo. Justamente os ativos que sempre deixavam o caixa da empresa bem abastecido para enfrentar as dificuldades. Aliás, além de não deixar legado positivo algum em sua trajetória na companhia, o comandante do quartel general instalado no conforto do lar, terá agora que arcar com as consequências de suas ações e atitudes que liderou. Começará uma nova fase em sua vida: a etapa das dores de cabeça e das noites em claro sem dormir pelas preocupações que se seguirão, em função do que pretende petroleiros e engenheiros da Petrobrás, representados por suas instituições de classe: responsabilizar Castello Branco por possíveis prejuízos causados à empresa.
A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), representada pelo seu diretor administrativo Fernando Siqueira (foto à direita), participou da assembleia da Petrobrás que demitiu formalmente Roberto Castello Branco da presidência. Não houve debates, apenas votações. A AEPET encaminhou o seu voto por escrito, expressando que concordava com a destituição do então presidente e de outros 7 conselheiros. A associação também solicitou a responsabilização de Castelo Branco e demais conselheiros pelos prejuízos causados à Companhia. O Petronotícias publica agora o texto do voto dado pela AEPET na íntegra, durante a reunião do Conselho de Administração
“O acionista minoritário AEPET vota da seguinte forma: concorda com a destituição do senhor Roberto da Cunha Castello Branco e dos demais 7 conselheiros, conforme previsto na Lei das SA. Todavia, o acionista vem solicitar a responsabilização do Senhor Castelo Branco e dos demais conselheiros pelos prejuízos causados à Companhia e, por conseguinte, ao patrimônio do povo brasileiro, conforme relatado abaixo:
1- O senhor Castello Branco, apoiado pelos conselheiros, vendeu a Transportadora TAG, que dava um retorno à Petrobrás de cerca de R$ 2,5 bilhões por ano, conforme consta no balanço de 2018 da companhia. O contrato com a Petrobrás tem a cláusula leonina “Ship or pay”, ou seja, a Petrobrás paga pela capacidade máxima da rede usando-a ou não. Quando a TAG era própria não havia problema. Agora quem ganha são as empresas compradoras, estrangeiras. Portanto, temos aí um prejuízo de R$ 50 bilhões em 20 anos.
A TAG pode ainda alugar a capacidade da rede que a Petrobrás não usar. Lembremos que a corrupção do “petrolão” deu o prejuízo, contabilizado, de R$ 8 bilhões à Petrobras e muita gente foi presa por conta disto. As Empresas nacionais de engenharia foram desmanteladas. Houve inclusive, recuperações judiciais de cerca da metade daquele valor. Nas vendas da gestão Castello Branco (e Pedro Parente) os prejuízos causados são muito superiores aos do petrolão. Não seria isto considerado corrupção?
2- Vendeu a BR distribuidora, a segunda maior empresa do País e a maior Geradora Operacional de Caixa para a Petrobrás. Lembrando que a redução da dívida de US$ 114 bilhões para US$ 69 bilhões se deveu: 75% à geração de caixa e apenas 25% por venda de ativos. Conforme artigo [disponível neste link], que entre outros esclarecimentos diz:
‘A Petrobrás não precisa vender ativos para reduzir seu nível de endividamento. Ao contrário, na medida em que vende ativos ela reduz sua capacidade de pagamento da dívida no médio prazo e desestrutura sua cadeia produtiva, em prejuízo à geração futura de caixa, além de assumir riscos empresariais desnecessários.
A avaliação mostra o equívoco dessa escolha política e empresarial de alienação de ativos, e revela que ela é desnecessária. A alternativa proposta preserva a integridade corporativa e sua capacidade de investir na medida do desenvolvimento nacional e em suporte a ele. Enquanto garante a sustentação financeira, tanto pela redução da dívida, quanto pela preservação da geração de caixa a médio prazo’. (Coutinho & Assis, Existe alternativa para reduzir a dívida da Petrobrás sem vender seus ativos, 2016).
A BR foi vendida pelo preço de suas ações na Bolsa, desconsiderando o valor da transferência do controle da companhia. Além disto, a BR detém cerca de 35% do mercado nacional de distribuição, valor significativo, que também não foi considerado na venda de suas ações.
3- Vendeu a Liquigás, empresa altamente lucrativa e geradora Operacional de Caixa que detinha cerca de 34% do mercado. De 2015 a 2019 ela obteve um lucro bruto médio de cerca R$ 1,5 bilhão por ano e um lucro líquido médio de R$ 130 milhões por ano. http://appweb.liquigas.com.br.
4- Distribuiu dividendos aos acionistas, inclusive estrangeiros, através da venda dos citados ativos. A ponto de pagar dividendos maiores do que o lucro da Companhia. O economista Claudio Oliveira fez observações a respeito: ‘Está claro no plano de negócios da empresa. Se você olhar o quadro de usos e fontes, verá que eles colocam o valor de US$ 35 bilhões para pagamentos de dividendos. E para pagar esse dividendo, existem US$ 35 bilhões de ativos sendo vendidos. A conta é muito simples. A Petrobrás diminuiu os investimentos para pagar dividendo. Isso é um assalto ao país’. Esclarecemos que ocorre aí uma dupla lesão ao povo brasileiro, dono real da Petrobrás: em 1999, o Governo FHC vendeu 33% das ações da Companhia na bolsa de Nova Iorque, por US$ 5 bilhões. Essas ações valiam mais de US$ 50 bilhões. E esses acionistas, portanto, se tornaram donos de percentual idêntico do pré-sal, sem terem pagado para isto. Agora, esses mesmos acionistas usufruem de um dividendo absurdo, tudo em prejuízo do povo brasileiro, que pagou pela criação da Petrobrás.
5) Iniciou a venda de oito refinarias sem nenhuma justificativa, pois o país precisa dobrar a capacidade de refino para acompanhar a produção que, em 2026 chegará a 5,2 milhões de barris por dia, conforme consta no Plano de Estratégico da Companhia. Portanto, o que o país precisa é de incentivo à construção de novas refinarias e não da venda das refinarias da Petrobrás na bacia das almas e que agrava o problema. Para atestar a consequente fragilização da Companhia, o somatório do lucro operacional do Abastecimento (refino) da Petrobrás nos anos de 2015, 2016 e 2017 registrou US$ 23,7 bilhões, em valores corrigidos para 2018, enquanto o segmento de Exploração e Produção obteve US$ 9,4 bilhões no mesmo período, quando o preço do petróleo médio foi de US$ 52,68 por barril.
Todas as grandes petroleiras não se restringem a operar no segmento E&P, mas operam também nos segmentos de refino, distribuição e Petroquímica para sua segurança econômica. A privatização de refinarias, terminais, dutos e distribuidora traz prejuízos muito mais graves à resiliência e sobrevivência da Petrobrás, com preços relativamente baixos de petróleo, do que possíveis benefícios pela redução dos gastos com juros decorrentes da possível antecipação da redução da dívida.
6) Manutenção do Preço de Paridade Internacional, que beneficia os acionistas em detrimento do povo brasileiro e da Petrobrás, que sofre a ociosidade das refinarias, perdendo mercado e prestígio junto ao povo.
Concluindo, esperamos que os generais de hoje considerem a importância estratégica da Petrobrás e das reservas do pré-sal para a Nação brasileira e respeitem o que os generais de ontem, ao lado do povo, ajudaram a construir, defender e preservar. Com destaque para os Generais Júlio Caetano Horta Barbosa, o idealizador da Petrobrás que, em 1947, em memorável palestra no Clube Militar, deflagrou a campanha “o petróleo é nosso” e Ernesto Geisel, que prestigiou a companhia através de uma administração à altura de sua importância estratégica.
A AEPET durante os 14 anos de gestão petista não esteve tão combativa. Eu me pergunto o porquê.
Observação perfeita….sou contra castelo Branco…porém tenho o mesmo questionamento .
Porque estavam trabalhando pela prosperidade da nação e da empresa. Estavam trabalhando para desenvolver tecnologia pra explorar o pré-sal.
É, mas levaram 30% da aposentadoria de todo mundo.
Porque a Petrobrás era uma empresa de referência, porque investia no Brasil, no esporte, educação e cultura. Porque tinha uma linha de pesquisa em biocombustíveis. Porque seus funcionários eram respeitados. Veja o que era a Petrobras e no que a transformaram. Mais uma vítima desse desgoverno.
De que mundo você vem ser de outro planeta?
Desgoverno que não lidera petrolao que só diminui a empresa? Piada ! Petezada inutil
Caro comentarista, olhe para o que fez FHC e faz Bolsonada, vendem a preço de banana os ativos, casos que não ocorreram com os governos socialistas; ex claro Pasadyna refinava 40% do Brend do pre-sal, e foi vendida pelo Guedes e o castelo por 545 milhões de dólares e valia 4 Bi de dólares! O Geisel foi um Bom gestor para a BR, mas não construíram refinarias para refinar e distribuir os produtos derivados do melhor petróleo do mundo, o Brend que só existe aqui até o carne Venezuelano! Fica a pergunta, porque Bolsonada e o maluco do Tramp não… Read more »
Kkkk ídolo do petrolao?! Petezada inutil! Só acabaram com a Petrobrás! Desviaram loucamente, inclusive com condenações!
Digo Caribe Venezuelano, já estive lá na base naval da Venezuela!
Simplesmente porque a gestão era de alta qualidade. A má gestão do atual governo deu um prejuízo bem maior. É tão difícil de entender o óbvio?
É uma excelente observação, mas então porque a gritaria quando foi cogitada a mudança de diretoria. Outro detalhe e sobre a refinaria de passa perna, pois foi amplamente divulgado que a mesma era uma sucata, com reportagem da rede Globs a época. Enfim, o butim da Petrobrax ( lembraram quando FHC estúpidamente quis trocar o o nome)e muiiiiiiiiiiito grande e todo mundo ( nacional e internacional) esta de olho.
Porque a politicas PT, foi de valorização da estatal. A descobrta do pré sal é a prova inconteste disso.
O pirata ca$tello e $eu bando impunes. Enricaram. Pobre Petrobrás ociosa,sendo engolida por um cartel importador. Pobre da indústria do petróleo do Brasil
Kkkk bom mesmo era o tempo administrado pelos petistas que superfaturaram, desviaram, quebraram a Petrobrás e chefiaram o petrolao
A Petrobrás não é do povo brasileiro é dos funcionários que desfrutam de benefícios absurdos. Só é do governo devido uma legislação que vc da o controle para quem possuir 1/3 das ações ordinárias se não estiver enganado se não fosse administrado com poder do governo seria muito mais muito maior e mas lucrativa.
Cadeia nele e confisco dos bens simples assim Brasil precisa ter vergonha e punir a corrupção com prisão perpétua
Aí o Lula estaria preso e os demais presidentes da Petrobrás que viveram e apoiaram o petrolao tb
Porque só agora alguns “espéculos” questionam ? Porque não tiraram a água enquanto o navio estava afundando ? Poderiam ao menos tentarem ?
A aepet vai ficar contente com o general agora botando petroleiro do administrativo pra se contaminar com covid nos escritórios?
Está ai o Legado do PT só podridão e hoje o pai da maior corrupção da história no Brasil foi inocentado.
Isso explica a alta constante nos preço dos combustíveis, e o descaso com seu maior patrimônio, e uma política que só onera o povo brasileiro. Uma vergonha.
E nós é que pagamos caro os combustíveis nos postos de gasolina para enriquecer esses ladrões.
Isso é pior do que assalto a mão armada.
Eles não roubaram. Eles compraram, é bem diferente
Sem dúvidas suas colocações são pertinentes,pois vender coisa que dá lucro é burrice,mas, talvez eu desconheça, nunca vimos comentários nenhum durante governo, FHC,lula,e Dilma, que sangraram essa empresa, concluindo não gostei da gestão castelo branco também.