AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA DIZ QUE A SITUAÇÃO NA UCRÂNIA É DESAFIADORA, COM COMBATES PRÓXIMOS ÀS USINAS NUCLEARES
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, visitará a usina nuclear de Zaporizhzhia pela quinta vez. “Minha mensagem foi alta e clara durante esta guerra trágica: um acidente nuclear deve ser evitado a todo custo, e uma usina nuclear nunca deve ser atacada“, declarou Grossi. Ele visitou a usina nuclear de Kursk na Rússia no início desta semana, enquanto os combates entre forças ucranianas e russas continuam naquela região. Ele viu danos causados por drones na área, e deve discutir a situação da segurança nuclear com ambos os lados nos próximos dias. A AIEA tem presença permanente na usina nuclear de Zaporizhzhia (ZNPP) de seis unidades desde setembro de 2022. Ela está sob controle militar russo desde o início de março de 2022 e está na linha de frente entre as forças russas e ucranianas ou muito perto dela. Em sua última atualização sobre a situação, Grossi disse que a equipe da AIEA continua a ouvir explosões. “Dois anos depois de eu ter lançado nossa missão na maior usina nuclear da Europa, ela é mais necessária do que nunca. Como esses recentes incidentes profundamente preocupantes deixam bem claro, a situação de segurança e proteção nuclear continua extremamente desafiadora”, afirmou.
Também há equipes da AIEA em outras três usinas nucleares em operação na Ucrânia — e em Chernobyl — e Grossi alertou sobre os riscos de perder energia externa, como aconteceu em algumas ocasiões na ZNPP, como resultado de ataques à infraestrutura energética da Ucrânia: “Embora nenhuma das usinas tenha perdido todo o acesso à rede elétrica nacional… Estou cada vez mais preocupado com a crescente vulnerabilidade da infraestrutura energética da Ucrânia e o impacto potencial que isso está tendo na segurança de todas as usinas nucleares em operação na Ucrânia.” Ucrânia e Rússia se acusam de colocar a segurança nuclear em risco e violar os princípios centrais de segurança da AIEA para instalações nucleares. Grossi explicou nas Nações Unidas em abril que a AIEA não atribuiria culpa sem “provas indiscutíveis” e disse que a agência visa “manter as informações tão precisas quanto possível e não negociamos especulações”.
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