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AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA PROJETA CRESCIMENTO DA FONTE NUCLEAR, COM OS SMRs EM DESTAQUE ATÉ 2050

0ac8be55-0280-4ae9-a65a-ed38163a1638A Agência Internacional de Energia Atômica elevou sua previsão de crescimento da capacidade de energia nuclear, com seu cenário mais alto projetando um aumento de 2,5 vezes, de 372 GWe em 2023 para 950 GWe até 2050. A publicação da 44ª edição de sua previsão Estimativas de Energia, eletricidade e energia nuclear para o período até 2050 ocorreu no dia de abertura da Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Viena, Áustria. A publicação, que divide as estatísticas globais por região, em vez de por país, também inclui um cenário de caso baixo, que prevê um aumento de 40% na capacidade para 514 GWe até 2050. O relatório é o quarto ano consecutivo em que o crescimento projetado foi aumentado – o cenário de caso alto é 7% maior do que no relatório de 2023 e o cenário de caso baixo é 11% maior. Em ambas as projeções, há uma fatia crescente sendo tomada por pequenos reatores modulares (SMRs) – no cenário de caso baixo, 6% da nova capacidade vem de SMRs, enquanto no cenário de caso alto, 24% – ou quase 140 GWe – da nova capacidade é prevista para ser produzida por SMRs.

SMRSO relatório projeta que a produção geral de eletricidade, de todas as fontes, mais que dobrará até 2050. As estimativas são desenvolvidas considerando todos os reatores operacionais,  possíveis renovações de licenças, paralisações planejadas “e projetos de construção plausíveis previstos para as próximas décadas“. O caso baixo assume que “tendências atuais de mercado, tecnologia e recursos continuam e há poucas mudanças adicionais em leis, políticas e regulamentações explícitas que afetam a energia nuclear“. O caso alto inclui políticas nacionais sobre mudanças climáticas, mas “continua plausível e tecnicamente viável e é possível que a capacidade possa aumentar além do projetado no caso alto”. 

O chefe de planejamento e estudos econômicos da AIEA, Henri Paillere (foto principal), disse que entre as medidas necessárias para atender ou exceder as altas projeções estavam políticas nacionais de apoio, financiamento, investimentos em redes, padronização na cadeia de suprimentos, colaboração regulatória e harmonização global, particularmente para o desenvolvimento de SMR. “Além disso, o valor das contribuições de serviço da energia nuclear para o sistema de energia, confiabilidade, segurança de fornecimento, baixas emissões devem ser AKI1adequadamente remunerado“, diz o relatório. O documento diz ainda que a energia nuclear foi a segunda maior fonte de eletricidade de baixo carbono em 2023, respondendo por 9,3% da produção global de eletricidade. A hidrelétrica é a maior fonte de eletricidade de baixo carbono, com 15%, com a eólica em 8% e a solar em 5% em 2023. A projeção é que o consumo total de energia final caia cerca de 2% até 2050 devido ao aumento da eletrificação e maior eficiência de aparelhos e processos – a participação da eletricidade no consumo final de energia está prevista para mais que dobrar, atingindo mais de 40% até 2050. As previsões por região mostram que o maior aumento na capacidade nuclear deverá ocorrer na região da Ásia Central e Oriental. Paillere disse que atualmente há 31 países operando energia nuclear com outros 30 países embarcando em diferentes estágios, incluindo três em estágios avançados de construção – Turquia, Bangladesh e Egito.Diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, durante entrevista coletiva em Viena Novas tecnologias, como SMRs, também “contribuem para o aumento do interesse na energia nuclear“, acrescentou.

Enquanto isso, o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, em seu discurso na sessão plenária de abertura da 68ª Conferência Geral da AIEA, falou sobre o papel que a energia nuclear estava desempenhando como uma fonte limpa de energia, dizendo que ela produzia cerca de um quarto da energia limpa no mundo hoje. “Percorremos um longo caminho desde não sermos reconhecidos em conferências internacionais até a COP28, onde houve um consenso de todos os membros de que a energia nuclear deveria ser acelerada“, declarou. Ele também disse que a AIEA continuou sua presença na usina nuclear de Zaporizhzhia e destacou sua recente visita à usina nuclear de Kursk “onde a situação é séria” e disse que a AIEA continuaria seus esforços de segurança nuclear, dizendo que “uma usina nuclear pacífica nunca deve ser atacada sob nenhuma circunstância, independentemente de onde as usinas nucleares estejam situadas”.

ABDAN PARTICIPA DA CONFERÊNCIA DA AIEA A CONVITE DO DIRETOR RAFAEL GROSSI

1726475758238O presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha, está presente na conferência da agência, a convite do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi. Como noticiamos mais cedo, Cunha também participou de um evento promovido em Paris pela Agência Internacional de Energia (AIE), em Paris, com o objetivo de para debater como garantir um espaço para a fonte nuclear na transição energética.

Desde a crise energética global desencadeada pela invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, os países têm mostrado um interesse renovado pela energia nuclear – uma fonte importante de fornecimento estável de eletricidade que também desempenha um papel vital no caminho da AIE para alcançar emissões líquidas zero no setor de energia global até meados do século. Vinte e cinco países já se comprometeram a trabalhar para triplicar a capacidade global de energia nuclear até 2050.

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