AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA COMEÇA REUNIÃO DE GOVERNADORES EM VIENA DE OLHO NAS QUESTÕES DO IRÃ
O Irã concordou em intensificar a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ao realizar suas atividades de verificação e monitoramento, incluindo a reinstalação de câmeras de monitoramento, após uma visita do diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, à República Islâmica e uma reunião com a cúpula do governo iraniano. Durante a visita de sexta (3) e sábado (4), Grossi se reuniu com o presidente Ebrahim Raisi, o ministro das Relações Exteriores Hossein Amir-Abdollahian e o vice-presidente da República Islâmica do Irã e presidente da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI) Mohammad Eslam. “Essas reuniões de alto nível abordaram a importância de tomar medidas para facilitar a cooperação aprimorada, para acelerar, conforme apropriado, a resolução de questões pendentes de salvaguardas”, disse.
A AEOI e a AIEA concordaram que as interações serão realizadas em uma colaboração e total conformidade com as competências da AIEA e os direitos e obrigações da República Islâmica do Irã, com base no acordo abrangente de salvaguardas. O Irã expressou sua disposição de continuar sua cooperação e fornecer mais informações e acesso para abordar as questões pendentes de salvaguardas em três locais não declarados e também disse que, de forma voluntária, permitirá que a AIEA implemente mais atividades apropriadas de verificação e monitoramento. Grossi descreveu essas medidas como um “torniquete no sangramento de informações e na falta de continuidade do conhecimento” no Irã, permitindo que a agência comece a reconstruir essas linhas de base de informações.
Grossi se dirigiu ao Conselho de Governadores dizendo que as reuniões de alto nível abordaram a importância de tomar medidas para facilitar a cooperação aprimorada, para agilizar, conforme apropriado, a resolução de questões pendentes de salvaguardas. “A Agência não foi capaz de realizar atividades de verificação e monitoramento do JCPOA [Plano de Ação Abrangente Conjunto] em relação à produção e inventário de centrífugas, rotores e foles, água pesada e concentrado de minério de urânio (UOC) para dois anos, incluindo quase nove meses em que os equipamentos de vigilância e monitoramento não foram instalados”, afirmou.
A AIEA é responsável por verificar e monitorar a implementação dos compromissos relacionados ao acordo internacional acerca do programa nuclear do país, que foi acordado em 2015 entre o Irã e o chamado P5+1 – EUA, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha. Sob seus termos, o Irã concordou em limitar suas atividades nucleares, incluindo o enriquecimento de urânio por um período de 15 anos e permitir a entrada de inspetores internacionais em troca da suspensão das sanções econômicas. Os EUA retiraram-se do acordo em maio de 2018 e, em janeiro de 2021, a AIEA informou que o Irã havia retomado o enriquecimento de urânio com 20% de pureza em sua usina de enriquecimento de Fordow.
Em janeiro deste ano, disse Grossi, o Irã implementou uma mudança significativa nas informações de projeto declaradas para a fábrica de Fordow sem primeiro informar a Agência, contrariando as obrigações do Acordo de Salvaguardas. Grossi também se referiu à descoberta de partículas de urânio com níveis de enriquecimento bem além dos declarados pelo Irã. Discussões técnicas já estão em andamento para esclarecer essa questão, disse ele ao Conselho: “Não julgamos as intenções. Vimos um acontecimento que obviamente merece ser esclarecido. Às vezes neste tipo de instalações podem ocorrer oscilações ou picos que podem ser acidentais ou podem ser limitados no tempo. A agência não viu, em sua observação contínua da instalação, produção ou acumulação de urânio nesse nível, mas não estava descartando nada e chegaremos ao fundo da questão antes de anunciar suas conclusões”.
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