AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA DISTRIBUI PRIMEIRO LOTE DE TESTES PARA DIAGNÓSTICO DA COVID-19
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está despachando um primeiro lote de equipamentos e kits, utilizados em uma técnica derivada de tecnologia nuclear, que serve para diagnosticar rapidamente a Covid-19. Ao todo, 40 países serão beneficiados com a iniciativa. A ajuda faz parte da resposta da AIEA a pedidos de apoio de cerca de 90 Estados-Membros e reforça a tese de que as finalidades da tecnologia nuclear vão muito além da geração de energia.
Dezenas de laboratórios na África, Ásia, Europa, América Latina e Caribe receberão máquinas e kits de diagnóstico, reagentes e materiais de laboratório para acelerar os testes nacionais. O Brasil não está nessa lista, mas diversos países vizinhos como Venezuela, Equador, Colômbia e Paraguai vão ganhar o material. Conforme já reforçado amplamente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma das formas eficazes de controlar o avanço da pandemia é a realização de um grande número de testes.
Os países beneficiados pela ação também receberão suprimentos de biossegurança, como equipamentos de proteção individual e gabinetes de laboratório para a análise segura das amostras coletadas. “A equipe da AIEA está trabalhando duro para garantir que este equipamento crítico seja entregue o mais rápido possível, onde for mais necessário“, disse o diretor geral da agência, Rafael Mariano Grossi. “Fornecer essa assistência aos países é uma prioridade absoluta para a Agência”, completou.
O primeiro lote de suprimentos, no valor de cerca de € 4 milhões, ajudará os países a usar a técnica conhecida como RT-PCR em tempo real, considerada a mais sensível para detectar o coronavírus. Em linhas gerais, a técnica funciona da seguinte forma: primeiro, uma amostra é coletada do paciente de onde os pesquisadores conseguem extrair o RNA do coronavírus. Esse RNA é transcrito reversamente para o DNA usando uma enzima específica. Depois, esse conteúdo é colocado em uma máquina de RT-PCR, onde esse DNA é multiplicado e possibilita identificar a presença do coronavírus.
A vantagem dessa técnica é que os cientistas podem ver os resultados quase imediatamente, enquanto o processo ainda está em andamento.
A AIEA está usando seus próprios recursos, bem como fundos extra-orçamentários para sua assistência emergencial à Covid-19. Até agora, os Estados-Membros anunciaram mais de € 9,5 milhões em contribuições financeiras extra-orçamentárias para a AIEA, incluindo US$ 6 milhões dos Estados Unidos, CAD$ 5 milhões do Canadá e € 500 mil da Holanda. A Austrália também deu uma contribuição importante. Além disso, a China informou sobre doações de equipamentos de detecção, kits, reagentes e outros materiais médicos no valor de US$ 2 milhões e prestação de serviços especializados.
“Sou muito grato aos governos dos Estados Unidos, Canadá, China, Holanda e Austrália por suas generosas contribuições” disse Grossi. “Encorajo outras pessoas a contribuírem com esse esforço, para que possamos continuar a responder rapidamente às crescentes demandas de nossos Estados Membros”.
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