AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA SUGERE E ENCORAJA O DESLIGAMENTO DA CENTRAL NUCLEAR DE ZAPORIZHZHIA
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está pedindo uma investigação para saber se uma caldeira externa pode ser instalada para gerar o vapor necessário para que todas as seis unidades da usina nuclear de Zaporizhzhia possam ser colocadas em desligamento a frio. Em sua última atualização sobre a situação naquela que é a maior central nuclear da Ucrânia e da Europa, e que está sob controle russo desde março de 2022, a AIEA disse que o vapor gerado por uma unidade – atualmente a unidade 5 – em desligamento a quente, é usado para vários fins de segurança nuclear, incluindo o processamento de resíduos radioativos líquidos coletados em tanques de armazenamento. A Inspetoria Reguladora Estatal Nuclear da Ucrânia emitiu ordens regulatórias no mês passado para que todas as seis unidades fossem colocadas em desligamento a frio, dada a situação na linha de frente da guerra e o rompimento da barragem que ajudou a garantir o fornecimento abundante de água de resfriamento. os operadores da usina dizem que tal mudança não é necessária do ponto de vista legal ou tecnológico. A AIEA afirmou que os operadores da usina estão se preparando para mover a unidade 4 do desligamento a frio para o desligamento a quente. Depois, a unidade 5 será colocada em desligamento a frio para realizar atividades de manutenção preventiva.
A agencia informou que seus especialistas estão trabalhando na usina. O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, obteve a aprovação das Nações Unidas para cinco princípios básicos de segurança para Zaporizhzhia em maio. Eles incluem o acordo de que não deve haver ataque contra a usina e que nenhum ataque pode partir da central. Além disso, a usina não deve ser usada como base de armazenamento de armas pesadas. A central nuclear está localizada na linha de frente das forças russas e ucranianas e foi afetada por bombardeios em várias ocasiões nos primeiros meses do conflito, com ambos os lados trocando acusações. Há especialistas da AIEA trabalhando lá desde setembro de 2022, embora sua presença não tenha impedido o corte de energia externa da usina por curtos períodos de tempo como resultado de uma ação militar fora da área imediata da planta. Rafael Grossi disse que a “situação de segurança e proteção nuclear continua muito precária, mas ainda está esperando obter o acesso necessário aos telhados das unidades de reator 3 e 4 após relatos recentes de que explosivos podem ter sido colocados lá”.
A equipe da AIEA também informou que os níveis na piscina de resfriamento da usina nuclear e o canal de descarga da usina termelétrica próxima permaneceram “relativamente estáveis, com o nível da água diminuindo de 1 a 2 centímetros por dia devido ao uso e à evaporação”. A AIEA informou também que há planos para construir poços adicionais no local que poderiam ser usados para reabastecer a água de resfriamento essencial para as piscinas que atualmente utilizam água subterrânea bombeada do sistema de drenagem do local. A atualização da agência acrescentou que estava solicitando melhores condições de acomodação, vida e trabalho para sua equipe na central nuclear.
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