AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA DIZ QUE NÚMERO DE EMPREGADOS NO SETOR DE ENERGIA LIMPA IRÁ MAIS QUE DOBRAR ATÉ 2030
O mundo da energia está no alvorecer de uma nova era industrial – a era da fabricação de tecnologia de energia limpa – que está criando grandes novos mercados e milhões de empregos, mas também levantando novos riscos, levando países de todo o mundo a desenvolver estratégias industriais para garantir seu lugar na nova economia global de energia. A constatação faz parte de um novo relatório divulgado hoje (12) pela Agência Internacional de Energia (AIE). Os empregos relacionados à produção de energia limpa mais do que dobrariam, segundo estimativas, de 6 milhões atuais para quase 14 milhões até 2030 – e um crescimento industrial e de emprego ainda mais rápido é esperado nas próximas décadas, à medida que as transições avançam.
Além disso, a análise mostra que o mercado global para as principais tecnologias de energia limpa fabricadas em massa valerá cerca de US$ 650 bilhões por ano até 2030 – mais de três vezes o nível atual – se os países em todo o mundo implementarem totalmente suas promessas anunciadas de energia e clima. Ao mesmo tempo, as atuais cadeias de fornecimento de tecnologias de energia limpa apresentam riscos na forma de altas concentrações geográficas de mineração e processamento de recursos, bem como de fabricação de tecnologia. Para tecnologias como painéis solares, vento, baterias EV, eletrolisadores e bombas de calor, os três maiores países produtores respondem por pelo menos 70% da capacidade de fabricação de cada tecnologia – com a China dominando todos eles.
“A AIE destacou há quase dois anos que uma nova economia energética global estava emergindo rapidamente. Hoje, tornou-se um pilar central da estratégia econômica e cada país precisa identificar como pode se beneficiar das oportunidades e enfrentar os desafios. Estamos falando de novos mercados de tecnologia de energia limpa no valor de centenas de bilhões de dólares, bem como milhões de novos empregos”, disse o diretor executivo da agência, Fatih Birol.
Ele ressaltam porém, que o mundo se beneficiaria de cadeias de suprimentos de tecnologia limpa mais diversificadas. “Como vimos com a dependência da Europa do gás russo, quando você depende demais de uma empresa, um país ou uma rota comercial – corre o risco de pagar um preço alto se houver interrupção. Portanto, estou satisfeito em ver muitas economias em todo o mundo competindo hoje para serem líderes na nova economia de energia e impulsionar uma expansão da fabricação de tecnologia limpa na corrida para o zero líquido. É importante, porém, que essa competição seja justa – e que haja um grau saudável de colaboração internacional, já que nenhum país é uma ilha energética e as transições energéticas serão mais caras e lentas se os países não trabalharem juntos”, acrescentou.
O relatório observa que as principais economias estão agindo para combinar suas políticas climáticas, de segurança energética e industriais em estratégias mais amplas para suas economias. A Lei de Redução da Inflação nos Estados Unidos é um exemplo claro disso, mas também há o pacote Fit for 55 e o plano REPowerEU na União Européia, o programa de Transformação Verde do Japão e o esquema de Incentivo Vinculado à Produção na Índia que incentiva a fabricação de energia solar PV e baterias – e a China está trabalhando para atingir e até superar as metas de seu último Plano Quinquenal. O relatório completo da AIE, em inglês, está disponível neste link.
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