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AGGREKO APOSTA EM NOVOS NEGÓCIOS NO ÓLEO E GÁS DO BRASIL COM FOCO EM TRANSIÇÃO E SEGURANÇA ENERGÉTICA

Imagem do WhatsApp de 2025-09-29 à(s) 17.37.01_b59f3723Uma pesquisa divulgada pela Aggreko revelou que os avanços da transição energética no setor de óleo e gás ainda ocorrem de forma desigual. O levantamento mostrou que 91% dos profissionais acreditam ser possível tornar o setor mais sustentável, mas apenas 53% das empresas afirmam já ter iniciativas concretas nesse sentido. Para o gerente de setor de óleo e gás da Aggreko na América Latina, Daniel Rossi, os dados evidenciam que desafios econômicos, operacionais e ambientais ainda dificultam a adoção de ações efetivas de sustentabilidade por parte de algumas companhias. O estudo também apontou que as interrupções de energia permanecem como risco crítico para as operações, o que exige maior atenção a modelos de fornecimento mais resilientes.

Nesse contexto, em meio ao movimento de transição energética e à necessidade de garantir segurança no abastecimento, a Aggreko identifica oportunidades de crescimento. A empresa aposta em soluções de geração mais eficientes — como geradores a gás, baterias e hibridização de plantas — para atender tanto o onshore quanto o offshore. “Cerca de 30% dos entrevistados da nossa pesquisa acreditam que o setor de óleo e gás terá um crescimento de até 5% ao ano no Brasil nos próximos cinco anos”, destacou Rossi. “Portanto, olhando para frente, vemos um setor com potencial razoável de crescimento e cada vez mais alinhado às práticas de sustentabilidade. Isso reforça a importância das soluções que combinam segurança energética, confiabilidade e redução de impacto ambiental”, completou.

O dado que mais chama atenção na pesquisa é que apenas 53% das companhias disseram ter iniciativas concretas nessa área de transição energética. Como explicar esse número relativamente baixo?

FPSORealmente, todas as empresas deveriam ter essas ações concretas de transição energética, mas quando olhamos a realidade, vemos que não é tão simples. Existem operações muito diferentes, desde companhias com operações gigantes, como a Petrobras, até empresas menores, com operações remotas e sem esse mesmo músculo financeiro. Muitas vezes, essas empresas até querem avançar, mas sua operação não permite. Portanto, esse não é um dado que assusta, mas, considerando as metas climáticas globais, talvez até seja um percentual menor do que se imaginava.

Quais são os desafios que as empresas enfrentam para implementar iniciativas de transição energética?

O primeiro é o desafio operacional, diretamente ligado à produção e à demanda energética. Uma transição muito abrupta para fontes renováveis pode não ser possível. Se você depender 100% da energia solar, qualquer nuvem ou a simples chegada da noite paralisaria a operação. E sabemos que não é possível, por exemplo, desligar um poço à noite e religar na manhã seguinte, pois é uma operação que precisa ser contínua.

Depois vem o fator econômico. Algumas tecnologias já estão mais acessíveis, mas outras ainda têm custo elevado, a depender da escala. Há ainda o aspecto ambiental: para instalar grandes áreas solares, seria necessário suprimir vegetação, o que gera contradições do ponto de vista ambiental. Ou seja, os desafios estão nas esferas operacional, econômica e ambiental.

O estudo indicou que as interrupções de energia permanecem como um risco crítico para a operação do setor, exigindo maior atenção a modelos de fornecimento mais resilientes. Ao mesmo tempo, grandes operadoras de petróleo têm anunciado iniciativas de eletrificação das plataformas. Quais são os desafios dessa nova tendência?

petroleiro_em_plataformaA eletrificação está diretamente ligada à infraestrutura e à segurança energética. Olhando para o onshore, uma empresa pode estar em uma localização com infraestrutura que forneça energia, mas sem a garantia de 100% de continuidade de abastecimento. Sempre há interrupções. Por isso mesmo, por questão de segurança operacional, todas as empresas vão manter algum tipo de backup.

Quando falamos sobre o offshore, em projetos mais próximos à costa, ainda é possível fazer a eletrificação por cabos. Porém, em projetos localizados em locais muito distantes da costa, é praticamente inviável levar energia da rede por cabos submarinos.

Recentemente, aqui no Brasil, uma companhia estrangeira adquiriu plataformas antigas da Petrobras, em campos a cerca de 90 quilômetros da costa. Nesse caso, por estar em lâmina d’água intermediária, será possível fazer a eletrificação com cabo submarino. Ainda assim, a principal preocupação dessa empresa permanece sendo a continuidade no fornecimento. 

E isso é algo geral: os dados da pesquisa mostram que a maioria dos profissionais do setor está preocupada com a confiabilidade do suprimento. Afinal, uma produção não pode parar por causa de uma interrupção energética.

Quais são as alternativas tecnológicas que a Aggreko está oferecendo ao mercado para o fornecimento contínuo e seguro de energia?

A Aggreko é uma empresa de soluções em energia, com uma engenharia muito forte e tecnologia bastante robusta. Hoje nós oferecemos geração térmica, com motores a diesel e também motores a gás. A partir do momento em que se substitui o diesel pelo gás natural tratado, a vantagem econômica já é enorme, considerando a diferença de preço entre os dois combustíveis. Além disso, quando falamos em geração a gás a partir de flare, você também contribui com a transição energética, pois evita liberar esse gás diretamente na atmosfera e ainda reduz o custo de geração. É um gás de custo marginal, que seria queimado ou venteado, mas que pode ser tratado e utilizado na geração de energia, trazendo benefícios econômicos e ambientais. 

Outro ponto importante no portfólio da Aggreko são as baterias, disponíveis em diversos tipos e capacidades. Elas desempenham um papel estratégico na hibridização das plantas de geração. Essa tecnologia traz inúmeras vantagens, desde a economia de combustível até a redução de emissões. Além disso, a adoção das baterias contribui para uma transição energética sem a necessidade de ocupar áreas com fontes renováveis que demandariam supressão de vegetação.

Quais são as principais oportunidades que a Aggreko enxerga no setor de óleo e gás, tanto onshore quanto offshore?

19eaa718b6efddf48ffad2aa277e2901A transição energética é uma grande oportunidade. Como já mencionei, temos tecnologias de geração a partir do gás, baterias e, em alguns casos, até a integração da energia solar na hibridização de plantas. Já temos exemplos no Brasil, especialmente em projetos onshore, em que conseguimos integrar solar, bateria e geração térmica a gás dentro de uma mesma planta. Também temos casos semelhantes em outros países da América Latina.

Outro ponto importante é que muitas empresas estão assumido áreas que antes eram operadas pela Petrobras. Para essas companhias de menor porte, a eficiência é uma necessidade, não apenas uma escolha. Nesse cenário, a Aggreko pode apoiar com soluções de geração mais eficientes, como a utilização do gás de flare e a hibridização de plantas.

No offshore, há uma demanda crescente pela eletrificação dos equipamentos. Não se trata de eletrificar a plataforma como um todo, mas sim os sistemas e equipamentos específicos, o que exige uma planta de geração maior. Em plataformas onde não é possível ampliar a capacidade instalada da planta de geração, a Aggreko pode contribuir fornecendo energia adicional. Já temos exemplos desse tipo de atuação tanto no Brasil quanto em outros países, como o México.

Para concluir, como a Aggreko enxerga o futuro do setor de óleo e gás do Brasil e suas perspectivas de crescimento?

Cerca de 30% dos entrevistados da nossa pesquisa acreditam que o setor terá um crescimento de até 5% ao ano no Brasil nos próximos cinco anos. Há ainda uma parcela de 20% dos entrevistados que prevê uma expansão maior do que 5% ao ano. Esse cenário abre muitas oportunidades tanto para o setor de óleo e gás em geral quanto para as empresas de geração de energia, incluindo a Aggreko.

No que diz respeito à sustentabilidade, os dados são ainda mais significativos: 91% dos profissionais do setor acreditam na viabilidade da sustentabilidade. Ou seja, desde que haja recursos e condições para instalar plantas menos poluentes, mais confiáveis e seguras do ponto de vista operacional, a transição é considerada plenamente possível.

Portanto, olhando para frente, vemos um setor com potencial razoável de crescimento e cada vez mais alinhado às práticas de sustentabilidade. Isso reforça a importância das soluções que combinam segurança energética, confiabilidade e redução de impacto ambiental.

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